Alexandre Assaf Neto Evolução das Finanças Corporativas

Perspectivas econômicas para 2017: recuperação ou depressão?

Paulo Galvão Júnior[1] Luiz Alberto Machado[2] Como será o início de ano no Brasil? Será o começo de um novo ciclo econômico? Ocorrerá uma nova contração da atividade econômica nas cinco regiões ou o começo da expansão de toda atividade econômica no País? Necessitamos da recuperação econômica! Precisamos urgentemente da recuperação econômica! Mas, a recessão econômica prolongada poderá se transformar numa depressão econômica na nona economia do mundo. Ocorrerá o declínio econômico ou a ascensão econômica do Brasil no ano de 2017? Ocorrerá uma grande onda de pessimismo ou de otimismo? A taxa de desemprego aumentará ou diminuirá nos três setores da economia brasileira? Muitas perguntas! Muitas reflexões! Muitas perspectivas econômicas para 2017. A retração econômica no biênio 2015-2016 foi muito forte. “A crise que o Brasil está atravessando é grave, é a maior da qual se tem registro; atualmente, o País tem 4.456.120 de empresas inadimplentes, 59.714.718 cidadãos com registros negativos no Serasa, 12,024 milhões de desempregados e milhares de fábricas, comércios e serviços fechados. As perspectivas são de um crescimento lento, inferior a 1% no próximo ano e o dobro desse valor nos seguintes. É pouco para um país com o potencial que ele tem“, segundo o economista Roberto Luis Troster (13/12/2016). É muito grave a situação da economia brasileira! O PIB do Brasil não cresce por 21 meses consecutivos, por sete trimestres seguidos, segundo dados do IBGE, do primeiro trimestre de 2015 (quando atingiu -0,9%) até o terceiro trimestre de 2016 (quando bateu em -0,8%). Durante os anos do governo Dilma Rousseff (2011-2016) são identificadas as principais causas da pior crise econômica brasileira. Já para os economistas da FGV, a recessão econômica no Brasil começou no segundo trimestre de 2014. Há esperança na recuperação da economia brasileira no ano de 2017! Há esperança de dias melhores para as famílias brasileiras! Há esperança de chegarmos à fase da prosperidade econômica no ano de 2020! A previsão econômica do Boletim Focus do BCB é da taxa de crescimento do PIB brasileiro em 0,5% no ano de 2017. A projeção do FMI é também de 0,5% em 2017. Já a projeção do Departamento Econômico do Banco Itaú Unibanco é de 0,3% para 2017. A projeção do Deutsche Bank é da taxa de crescimento econômico de 0,5% em 2017, enfatizando que o país mais rico da América do Sul deve seguir na lanterna dos países que mais crescem no planeta, liderado pela Índia (7%), atualmente, a sétima economia do mundo. Estamos na segunda semana de um ano complicado. Será que 2017 marcará o início da recuperação da economia brasileira? Será que já chegamos ao fundo do poço? A princípio, o Brasil precisa corrigir os rumos da sua política econômica. Foram dois anos consecutivos de crescimento negativo, provocando a pior recessão da história econômica do País. A grande pergunta que se faz no início de 2017 é: Quais são os sinais da recuperação da economia brasileira? No mínimo, oito indicadores macroeconômicos são importantes para avaliar a economia brasileira: taxa de crescimento do PIB, taxa de desemprego, taxa de inflação, taxa SELIC, dívida pública bruta, superávit primário, carga tributária bruta e salário mínimo. Apresentamos a seguir o Quadro 1, com os principais indicadores macroeconômicos do Brasil: O crescimento médio anual do PIB brasileiro foi 0,2% no período 2011-2016. Temos problemas graves no Brasil. É grande o número de trabalhadores brasileiros que vivem com um salário mínimo. Os trabalhadores com 15 anos ou mais de idade que ganham um salário mínimo por mês somam 46 milhões no País. Em 2016, o salário mínimo era de R$ 880,00. Em 2017, o salário mínimo passa a ser de R$ 937,00. Com o aumento de R$ 57,00, o prognóstico é de mais dificuldades para as famílias brasileiras. A regra número um é não gastar mais do que se ganha. O Brasil precisa reconquistar a confiança dos empresários e dos consumidores para se transformar, interrompendo a tendência de queda do PIB. A inflação atingiu em cheio o preço dos alimentos. O IPCA subiu de 5,84% em 2012 para 10,67% em 2015. A taxa de inflação foi de 6,29% no ano de 2016, abaixo do teto da meta (6,5%) perseguida pelo BCB. Os elevados gastos públicos são prejudiciais numa economia de mercado. A lei da oferta e da demanda deve reinar nas decisões dos agentes econômicos. O governo Dilma Rousseff interferiu seguidas vezes de forma inadequada nas políticas fiscal e monetária para controlar a inflação, acreditando ser esta uma inflação de demanda, mas, na verdade, era uma inflação de custos, que se agravou com os aumentos da gasolina, da energia elétrica, dos remédios, do gás de cozinha etc., os dois primeiros depois de prolongado congelamento no período que antecedeu as eleições de 2014. Como um país emergente pode prosperar com tanta ignorância, tanta pobreza intelectual? Como um país em desenvolvimento pode enriquecer sua população dependendo da produção e exportação essencialmente de commodities agrícolas, minerais e energéticas? Apesar de todas as dificuldades, sobrevivemos ao ano de 2016 que parecia não querer acabar! Sobreviveremos também ao velho e amargo remédio do ajuste fiscal, do aumento de impostos e ao corte nos gastos públicos? Os impactos da crise econômica são graves e não se esgotarão com o ajuste fiscal. Taxa de juros nominal mais baixa é importante para aumentar os investimentos privados. A taxa de juros real do Brasil é a maior do mundo, à frente da Rússia, a segunda colocada. A taxa SELIC deverá cair de forma gradual e consistente com a atual política monetária praticada pela equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles e pelo presidente do BCB Ilan Goldfajn. Nesta quarta-feira, o Copom do BCB decidiu, por unanimidade e sem viés, reduzir em 0,75 ponto percentual a taxa SELIC, a taxa básica de juros, de 13,75% para 13% ao ano, passando assim um sinal positivo para os agentes econômicos. Menos e menores tributos são fundamentais para elevar o consumo das famílias brasileiras. A título de exemplo, um notebook nacional, cujo preço é de R$ 1.278,68 cairia