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Nascendo um novo grande grupo: NATURA & CO – Análise fundamentalista do 1TRI2020

A Natura C&O divulgou o resultado do 1 trimestre de 2020 e fechou resultado líquido no vermelho em R$ 829 milhões, e um EBITDA de R$ 145,3 milhões. A receita liquida total do grupo atingiu R$ 7,5 bilhões no 1 TRI 2020, resultando numa excelente margem bruta de 62% e deduzindo as despesas operacionais no valor de R$ 5,1 bilhões resulta num lucro operacional negativo de R$ 503 milhões. Vale ressaltar, que nas despesas operacionais encontram-se valores não recorrentes a operação; provenientes da Avon principalmente por conta de honorários profissionais e custos de planejamento no valor de R$ 298,3 milhões; e na alocação do preço de compra (PPA) em R$ 102,9 milhões na The Body Shop, resultando num EBITDA (*) POSITIVO ajustado de R$ 571 milhões. (*) Embora, como na árdua tentativa de ser professor em Finanças, sempre tenho minhas críticas em relação ao EBITDA, pois não podemos considerá-lo como um completo indicador de caixa, concorda? Pois o EBTIDA não considera a necessidade de investimento de crescimento da empresa no seu capital de giro e imobilizado e; tão pouco, tem relação com o valor do capital investido que venha permitir o cálculo da rentabilidade do ATIVO OPERACIONAL e do PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ou seja, o EBITDA é um indicador meio solitário, sozinho, individualista. Mas como a maioria das empresas assim os enfatiza e o detém como um fator de destaque da gestão empresa, iniciamos nosso paper por ele também. EM PLENO CRESCIMENTO A PRIMEIRA GRANDE AQUISIÇÃO EM 2017: Em 2017, a Natura comprou a britânica The Body Shop e a australiana Aesop, e teve uma saída R$ 3,8 milhões e naquele momento o índice capital de terceiros dividido pelo capital próprio (debit/equity) resultou em 5,71 beneficiando o ROE (rentabilidade do patrimônio líquido) que fechou em 41% (decorrente da margem de 6,8% um giro de 0,66 e uma alavancagem de 9,15); pois a RENTABILIDAE DO ATIVO OPERACIONAL (ROI) teve com comportamento acima do custo do endividamento. Porém o alto índice debit/equity prejudica o beta (risco não sistemático), comprometendo no cálculo do valor da ações na metodologia do FLUXO DE CAIXA DESCONTADO e como os investidores tem aversão ao risco decorrente da elevação do risco financeiro capturado no alto índice de endividamento o valor das ações da empresa não decolavam. A The Body Shop tem quase 3.000 lojas pelo mundo, enquanto a Aesop mais focada em produtos premium, tem mais de 300 lojas. Ambas as empresas têm foco diferente da Natura, que tem apenas 36 lojas físicas e cujo principal ativo são as, mas de 1 milhão de consultoras no Brasil e 600.000 nos países da América Latina. A SEGUNDA GRANDE AQUISIÇÃO EM 2020: Com a aquisição da AVON em 2020, a Natura torna-se a maior companhia de beleza no mundo em vendas de porta a porta, com mais de 6 milhões de consultoras ou representantes, milhares de lojas físicas e operações de comércio eletrônico. A diferença é que na aquisição da AVON o BALANÇO PATRIMONIAL tornou-se muito mais “robusto” e saltou de R$ 21 bilhões para R$ 56 bilhões e o índice que apresenta a composição do endividamento, conforme comentado anteriormente o famoso “debit/equity”  resultou-se em 0,95, uma queda de 4,76 pontos; pois a nova sociedade será detida por 76% pelos acionista da Natura e 24% pelos acionista da Avon. O Grau de alavancagem total também reduziu de 5,76 em 2017 para 2,76. Apesar que, a empresa já vinha sinalizando ao mercado a redução do endividamento na NATURA, pois o grau de alavancagem reduziu de 9,15 em 2017 para 5,35 em 2019, a nossa avaliação concluímos que a operação conjunta com a The Body Shop, demonstrou trazer bons resultado num pouco período de tempo; pois a RECEITA LÍQUIDA saltou de 9,8 bilhões para 14,4 bilhões em 2019 e o EBITDA de R$ 1,7 bilhões par R$ 2,4 bilhões em 2019 um aumento de 42% em apenas 2 anos de operação em conjunto. Neste primeiro trimestre de 2020 a empresa vem ajustando as operações da AVON, e procedeu baixa de ativos da The Body Shop prejudicando o EBITDA, conforme destacamos no terceiro parágrafo deste “paper”. Acreditamos que o ROE (retorno do patrimônio líquido) também terá uma queda significativa neste ano corrente, independente do lucro ou prejuízo, pois a redução do nível do endividamento (debit/equity) prejudica a alavancagem financeira, principalmente quando spread é positivo (ROI > custo do endividamento bancário); mas, reduz o beta e atrai os olhos dos investidores com visão de longo prazo. Guilherme Leal, cofundador do grupo destaca sobre a Avon, em particular, os desafios relativos à integração e à expansão substancial da rede de vendedores autônomos da empresa como uma “enorme oportunidade”, que será alavancada com ferramentas digitais que trará uma série de transformação que vão além de aumento da receita. Gostou do paper? Este é o nosso trabalho, avaliar imparcialmente o desempenho das empresas sobre a ótica da ANALISE FUNDAMENTALISTA e promover investimentos com segurança na BOVESPA. Ao invés de apenas tentar decifrar, a cada minuto, o “sobe e desce” do valor da ações e ainda ficar sem entender o motivo porque ganhou ou perdeu dinheiro na bolsa; mas de um modo seguro procurar entender como os administradores constroem ou destroem a riqueza dos acionistas. Além de cursos dos conceitos da ANÁLISE FUNDAMENTALISTA, também emitimos laudos de avaliado das empresas e consultorias na implementação da técnicas da GESTÃO BASEADA EM VALOR com KPI interligados ao PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO do FIVE YEAR PLAN. Entre em contato conosco. Prof. Alexandre Wander