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Agronegócio, indústria e mudança de mindset – por: Luiz Alberto Machado

“Quando adotamos um mindset, ingressamos num novo mundo. Num dos mundos – o das características fixas –, o sucesso consiste em provar que você é inteligente ou talentoso. Afirmar-se. No outro mundo – o das qualidades mutáveis –, a questão é abrir-se para aprender algo novo. Desenvolver-se.” –  Carol Dweck Examinando não apenas os resultados, mas também – e sobretudo – as declarações recentes de representantes brasileiros do agronegócio e da indústria, foi inevitável a associação com o livro de Carol Dweck, pesquisadora da Universidade de Stanford, intitulado Mindset[1], que pode ser traduzido por mentalidade. No referido livro, a autora aborda a distinção entre “mindset fixo” e “mindset de crescimento”. Pessoas com mindset fixo acreditam que as habilidades não mudam e não se alteram ao longo do tempo, razão pela qual estão menos propensas a ser bem-sucedidas do que as que possuem mindset de crescimento, que acreditam que as habilidades podem ser desenvolvidas por meio de muito trabalho, boas estratégias e, acima de tudo, criatividade e inovação. Agora mesmo, diante das dificuldades decorrentes da crise hídrica e dos problemas climáticos que poderão significar uma pequena queda na expectativa de crescimento da produção neste ano, o discurso das lideranças do agronegócio enfatiza as possibilidades de imediata recuperação e, para tanto, aposta desde já suas fichas na agenda tecnológica em curso, que inclui digitalização, big data e inteligência artificial e que se somará aos pilares tradicionais do crescimento agrícola: bons recursos naturais, gente disposta e treinada, muito investimento em pesquisa e constante desenvolvimento tecnológico, que permitem sucessivos ganhos de produtividade e crescente inserção nas cadeias globais de suprimento. Não é por outra razão que o Brasil é referência no mundo todo, ocupando os primeiros lugares no ranking de produção e exportação de diversos produtos. Simultaneamente, ficamos sabendo que nos últimos 15 anos a indústria brasileira foi da 9ª posição entre as maiores do mundo para a 14ª. No mesmo período, a participação do País na manufatura global caiu quase pela metade, de 2,2% para 1,3%, de acordo com o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). Em vez de focalizar o futuro e as perspectivas de recuperação, as lideranças do setor preferem identificar os culpados por essa situação, apontando problemas de ordem interna e outros decorrentes de crises e oscilações da economia internacional. Diante disso, mesmo reconhecendo que não é fácil ser produtor no Brasil em razão do péssimo ambiente de negócios, está mais do que na hora de uma mudança de mindset das nossas lideranças industriais, abandonando as lamúrias típicas de quem possui mindset fixo e adotando atitudes arrojadas que caracterizam os possuidores de mindset de crescimento. Luiz Alberto Machado: Economista, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Mackenzie, mestre em Criatividade e Inovação pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal), é sócio-diretor da empresa SAM – Souza Aranha Machado Consultoria e Produções Artísticas. Foi presidente do Corecon-SP e do Cofecon.  

Inflação versus PIB – Estagflação? O que representa isto???

Estagflação é a combinação entre estagnação do crescimento econômico, desemprego e inflação alta. O cenário atual é ruim, mas ainda distante dos anos 70 ou dos anos 80 que foi considerada a década perdida. A boa notícia é que o PIB encontra-se projetado em crescer 5,04% em 2021 após a queda de 4,1% em 2020 devido o forte impacto que afetou o “mundo” e não somente o Brasil. Porém a inflação esta em alta e na casa dos 8,51% podendo chegar a 10%. Como alguns setores ou empresas terão dificuldade em repassar o reajuste da perda do poder aquisitivo da moeda (inflação) aos produtos que vendem terão que assumir o reajuste dos salários que irá ocorrer em decorrência do reajuste salarial da categoria ou o tal famoso: dissídio coletivo e com isto, as empresas, terão que reduzir os custos e o mais provável que seja o corte na própria folha de pagamento e neste caso o tiro sairá pela culatra, provocando o desemprego. Dentre os grupos que mais subiram em 12 meses quem predomina são os combustíveis em 41%, e vale destacar que a Petrobrás no seu contrato junto aos acionistas, faz parte que o reajuste dos preços dos combustíveis, inclusive os preços praticados aqui no Brasil, tem como parâmetro: a oscilação do dólar frente o real e também com a variação dos preços do barril a nível internacional. Fica a pergunta: O que a sociedade tem haver com a oscilação do dólar frente o real, já que a moeda corrente do Brasil que mede a inflação através do IPCA que reajusta os preços é o REAL??? e também com a oscilação do preço do barril do petróleo a nível internacional, porém a elevação do preço do combustível elava os preços dos produtos da cesta básica, provocando a inflação e o desemprego. Resultado de um péssimo acordo da época fechado pelo então presidente FHC e hoje pagamos a conta destas duas variáveis incontroláveis; reajuste com a variação do câmbio e reajuste do preço do barril a nível Internacional. O combustível elevado (decorrente de um contrato de privatização mal elaborado) pressiona os produtos derivados e também demais cadeia produtiva elevando o preço dos produtos, gerando a inflação num período de estagnação, que irá refletir no aumento do custo de produção e com reflexo no desemprego. Combustível 41%, Óleos e gorduras 38%, Carnes 28%, Energia Elétrica residencial 25%, Aves e Ovos 24%, IPCA do período 10%. Daí, façam aí a reflexão quem irá pagar a conta. Um forte abraço Prof. Alexandre Wander https://www.instagram.com/prof_Alexandre_wander