A COVID19 irá mudar para sempre nossa maneira de viver, trabalhar e consumir. Pesquisando diversos artigos e estudos internacionais e nacionais, demonstramos que o vírus quebrou a resistência ou acelerou algumas tendências que já estavam em ascensão, como a transformação digital, o consumo consciente e o home office e nos traz alguns insights sobre o futuro, como o repensar dos espaços de convivência, os modelos de educação e trabalho, globalização e ruptura no modelo tradicional de manufatura e a valorização do que realmente importa.
Depois de cinco meses de quarentena e isolamento social, aos poucos as cidades brasileiras começam a reabrir o comércio e outras atividades. Agora, começamos a definir como vai ser nossa vida, negócios e trabalho depois da pandemia.
As tendências que apresentamos a seguir constituem a análise do que acreditamos moldará os negócios no novo normal, isto é, a vida pós-COVID19:
1. Trabalhar e estudar em casa
Segundo Matthew Prince, CEO da Cloudflare, a pandemia levou o maior percentual de trabalhadores da história para o home office. Enquanto pais trabalham, filhos estudam pela Internet, elevando o padrão de tráfego digital a patamares jamais vistos.
Os empregadores e as escolas tiveram que ser flexíveis na maneira como respondem às necessidades dos colaboradores e alunos por meio de tecnologias mais dinâmica e baseadas na nuvem. Milhares de pessoas tiveram que aprender rapidamente a utilizar ferramentas como Zoom, Microsoft Teams, Skype e outros aplicativos de trabalho remoto, que continuarão em muitas atividades depois da pandemia.
Por exemplo, na atividade de recrutamento e seleção de pessoas, entrevistas preliminares poderão ser feitas a distância e em massa, por meio de videoconferência, assim como na área de contratação de fornecedores. Igualmente, muitas reuniões de trabalho poderão ser opcionalmente ser feitas de modo remoto, pois se mostraram muito mais objetivas durante a pandemia. As videoconferências e treinamentos corporativos a distância se multiplicarão ainda mais.
Nos EUA, uma pesquisa do Censo Trabalhista revelou que 30% dos trabalhadores são qualificados para o trabalho remoto. Outra pesquisa da Gartner com mais de 200 CFO´s de grandes corporações nos EUA afirma que eles planejam remanejar 20% de sua força de trabalho para o home office permanentemente após a pandemia. O que favoreceria 44% de trabalhadores americanos que também preferem o home office, segundo um estudo do The Cambridge Group. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, já decidiu que a maioria de seus colaboradores poderão trabalhar em casa até 2021.
Muitas escolas também perceberam que parte de seus cursos podem ser dados virtualmente, à distância, trazendo novas possibilidades pedagógicas e democratização do ensino. Por exemplo, a oferta de cursos EAD no Ensino Superior no Brasil cresceu 50% em 2018.
2. Menor densidade e redução de espaços
Além da densidade causada pelo home office, sobretudo no setor de serviços, a experiência da COVID19 afetou também a preocupação com a segurança sanitária no ambiente de trabalho. Isso demandará, entre outras ações, maior distanciamento físico entre os profissionais. Será o fim das baias apertadas?
Aqui temos uma questão ambígua a ser resolvida: ao mesmo tempo que se precisará de mais espaço nas estações de trabalho, poderemos ter menos pessoas no ambiente profissional. Portanto, menor demanda por espaço físico.
Entretanto, empresas que atendem o público, quanto mais populares, precisarão ter mais espaço para o cliente, pois haverá a necessidade do distanciamento social entre eles.
Executivos e investidores já começaram a perceber que os espaços tenderão a ser menos densos, pois os consumidores procurarão por lugares com menor aglomeração.
Assim, muitas instalações e negócios deverão rapidamente remodelar seus leiautes para se adequar a nova proposição de valor e modelos de negócios do novo normal. Escala, que antes era um ativo competitivo vantajoso, poderá ser cada vez mais um risco. Espaços amplos, dispendiosos e sem utilidade tenderão a desaparecer.
Os serviços de coworking, modelo crescente antes da pandemia, também se enquadrará nestas adaptações. Segundo a Bloomberg, a WeWork, por exemplo, fechou mais de 100 prédios na China e está passando por reestruturação em várias regiões.
Do mesmo modo, modelos de negócio tradicionalmente baseados em ganhos de escala como o setor de aviação, hotelaria e até mesmo o de ensino superior, onde o lucro resultava da ocupação de espaços, precisarão rever suas estratégias de negócio, desde a utilização de ativos, economias de escala e racionalização para um mundo mais compacto – uma tendência que cria sinergia com a inclinação pela necessidade de consumo sustentável e de outras tendências.
3. Aumento da nuvem e migração digital
A aceleração da transformação digital é talvez a maior tendência da pós pandemia. As empresas que sobreviverão terão sido as que rapidamente se moveram para o ambiente digital antes e durante a pandemia.
A revisão de processos e a informatização foram a primeira onda da transformação das organizações para o mundo virtual. Agora, a utilização de espaços em nuvem, o big data, a ciência de dados, a interconectividade e a segurança da informação, ou seja, a completa transformação digital do negócio, serão determinantes para a sobrevivência no futuro.
Segundo a Inova Consulting, a pandemia intensificou dramaticamente a conectividade e a revolução tecnológica, conhecida como Infotech. Passamos a fazer tudo pela Internet e redes sociais. A mobilidade digital crescerá mais do que a mobilidade física daqui para frente, quebrando todas as fronteiras, impulsionando ainda mais a 4ª. Revolução Industrial.
Ela está transformando a dinâmica dos negócios, o mundo científico, as cadeias de valor e suprimentos, a educação e formação, o bem estar e o entretenimento das pessoas. De acordo com a consultoria, antes da metade desta década, a internet estará ao alcance de todos os habitantes do planeta.
As vendas online também vão intensificar o crescimento do pagamento digitalizado e o delivery, inclusive robotizado. Os gigantes chineses do comércio eletrônico, por exemplo, já estão acelerando o desenvolvimento de entregas por robôs e a Amazon utilizando drones.
No primeiro semestre deste ano, as vendas online no Brasil aumentaram 65,7% em relação a 2019, segundo a ABCoom. Uma ação solidária exemplar durante a pandemia foi feita pela Magalu, em parceria com o SEBRAE, que lançou o PARCEIRO MAGALU, uma plataforma digital de vendas para ajudar micro e pequenos varejistas e profissionais autônomos a manter seus negócios no ambiente de marketplace e obter renda durante a crise.
4. Toda organização será, de algum jeito, digital
As pessoas nunca usaram tanto o digital. Aniversários, happy hours e casamentos virtuais criaram um novo normal de celebração. Terapias, fisioterapias, cursos e atendimentos diversos puderam ser transformados pelo meio digital. Os clientes irão optar mais por isso no futuro.
De acordo com Michael Hendrix, sócio e diretor global de design da Ideo, “o vírus parece um acelerador de mudanças digitais que já estava em andamento. . . a surpresa foi ver a resistência a essa mudança digital evaporar de repente. O que as organizações resistiram por uma década agora é essencial para a sobrevivência e a inovação. É emocionante, porque essa mentalidade digital persistirá e é altamente improvável que as empresas tentem voltar ao que funcionou antes da pandemia”.
A pandemia não acabará com as lojas físicas. Mas elas nunca mais serão as mesmas.
As pequenas empresas que historicamente contam com o tráfego de pedestres como sua principal fonte de renda deverão desenvolver fluxos de receita alternativos se quiserem manter os consumidores na pós pandemia.
Por exemplo, muitos restaurantes podem se conectar permanentemente com plataformas de serviços de entrega ou expandir seu alcance geográfico por meio de cozinhas virtuais, e farmácias podem ter uma presença on-line que vai além de seus bairros locais por meio de WhatsApp.
Segundo uma pesquisa do SEBRAE de junho, 13% de micro e pequenas empresas rapidamente se adaptaram durante a pandemia, somando-se as 47% de empresas que já tinham canais de vendas eletrônicas por meio de redes sociais, aplicativos e internet.
5. Conexões mais humanizadas e a família em primeiro lugar
Quem nunca enfrentou uma situação exótica ou engraçada numa reunião virtual? Você está lá falando, e de repente, aparece seu cachorro. Ou do outro lado, aparece uma menininha do lado da sua interlocutora, dizendo: “mamãe?”
Nesta pandemia, cruzamos a linha do que é aceitável ou não em etiqueta profissional. Mas acabamos rindo, nos identificando e nos unindo ainda mais com a situação. Esses momentos íntimos geram conexões mais profundas e significativas entre nós como seres humanos.
Por que não pode ser sempre assim, quer com os colegas, quer com os clientes, com os investidores e com os fornecedores?
Certamente sairemos desta pandemia mais humanizados nas nossas relações e a ética corporativa não aceitará mais a frieza, a impessoalidade, a encenação ou falta de autenticidade.
Empresas que tiveram práticas de responsabilidade social e fizeram investimentos sociais e filantropia empresarial durante a COVID19, de forma autêntica e espontânea, fidelizaram seus clientes e mantiveram-se presente nas comunidades durante a crise por solidariedade. Estas marcas foram cidadãs de fato e criaram conexões humanizadas.
Talvez nunca antes o ser humano e a família tenham sidos tão valorizados como nesta pandemia. Por exemplo, o movimento solidário “Não Demita” contou com a adesão de 4 mil empresas, como Bradesco, Vivo, Boticário e Magalu. Até maio, ele evitou a demissão de 2 milhões de pessoas até maio.
Houve maior solidariedade, humanismo e consciência social – comportamentos que irão se intensificar na pós pandemia.
Diariamente, a solidariedade e filantropia empresarial foi objeto de quadros nos noticiários noturnos da Rede Globo e CNN, relatando as práticas de inúmeras empresas que se empenharam para produzir e doar álcool em gel, máscaras, alimentos e seus próprios produtos para hospitais e comunidades.
“Um dos legados da pandemia é que o futuro do ser humano é o ser humano”, disse Luiz Rasquilha, da Inova Consulting.
6. Mais investimentos em sustentabilidade empresarial
O Planeta nunca esteve tão verde quanto nesta pandemia. As crianças de Nairobi conseguiram finalmente ver o topo do Kilimanjaro no horizonte e tartarugas e golfinhos apareceram nas praias do Rio de Janeiro. Pudemos ver que é possível mudar nossa forma de viver, trabalhar, produzir e consumir. Talvez possamos reverter a crise planetária e investir pesado em energias renováveis.
Segundo Melinda Gates, “A gente tem que fazer mais do que só superar o vírus, para gente se recuperar de verdade desta pandemia, a gente tem que consertar tudo que está quebrado”.
Nas cidades que estão reabrindo, como as da Europa, já se percebe uma preocupação com a remodelação da forma como as pessoas se locomovem, do distanciamento social e dos espaços físicos. Compartilhamento de caronas, bicicleta e scooters tenderão a substituir automóveis em áreas centrais.
Segundo o Credit Suisse, uma das seis megatendências de investimento é “mudanças climáticas – descarbonização da economia”. Muitas empresas, inclusive tradicionais, estão produzindo carnes vegetais e se beneficiando destes investimentos. Estima-se para este ano queda de até 7% na emissão mundial de CO2.
Abílio Diniz, em entrevista a CNN em julho, afirmou que a filantropia empresarial que foi muito grande durante a pandemia, deverá aumentar na pós pandemia.
7. Mudanças na logística e flexibilidade na Cadeia de Suprimentos
Com o bloqueio das fronteiras, a questão de transporte impactou dramaticamente a logística global durante a crise.
O padrão de várias décadas de terceirização global da cadeia de suprimentos de diversas empresas ocidentais de fabricar seus insumos e peças originais na Ásia, por razões de barateamento de custos, acabou quebrando inúmeras empresas durante a pandemia por falta de transporte e fechamento de várias empresas. Para prevenir estes riscos no futuro, as empresas e governos deverão ter seus fornecedores mais próximos de casa. Assim, a tendência deverá ser de alocação regional ou nacional de pólos de produção ou planos de maior resiliência operacional.
Por exemplo, na questão de respiradores para a COVID19, o Brasil se mostrou totalmente despreparado para suprir a escassez via produção local. Totalmente dependente de importação de componentes ou de produtos completos da Ásia, acabou perdendo a concorrência internacional para suprir a quantidade que precisava.
8. Glocalização e ruptura no modelo tradicional de manufatura
Estamos falando, portanto, de uma ruptura no modelo tradicional de fábricas centralizadas com mão de obra barata do outro lado do mundo.
O modelo de fábrica pós pandemia é, mais do que nunca, o da Indústria 4.0, onde ela é controlada por softwares que coordenam robôs inteligentes para customizar os pedidos dos clientes e manufaturar, com um sistema de entrega localizado de fornecedores, em pequenas ou médias instalações físicas, o bem desejado.
Em suma, fábricas, manufatura e cadeias de suprimentos exigirão um modelo muito mais resiliente por meio de nearshoring e até onshoring, automação completa e gerenciamento baseado em software.
Tecnologias como Big Data, Computação em nuvem, IoT e Blockchain estão construindo cadeias de suprimento mais resilientes para o futuro, permitindo precisão dos dados e incentivando o compartilhamento de informações. Imagine, por exemplo, um respirador ser produzido num lugar e impresso fisicamente em outro graças a impressão 3D.
Esta tendência foi bem abalizada na entrevista dada pelo renomado sociólogo Jeremy Rifkin, autor de “O Fim dos Empregos” a Revista Telos, em abril: “A globalização acabou, devemos pensar em termos de glocalização. Esta é a crise de nossa civilização, mas não podemos continuar pensando na globalização como hoje, pois são necessárias soluções glocais para desenvolver infraestruturas de energia, comunicação, transporte e logística…”
9. Encasulamento e maior consciência do consumidor
O termo cocooning foi cunhado pela consultora de marketing Faith Popcorn em seu livro “O Relatório Popcorn” (2006), um bestseller com 16 megatendências, que iniciava com a previsão que as pessoas viveriam mais em casa no início deste século. A COVID19 resgatou esta tendência de encasulamento.
As compras nos supermercados de rua e restaurantes desabaram em até dois terços nos grandes centros globais. Agora, que algumas cidades no hemisfério norte estão reabrindo, já se nota algumas tendências nos hábitos dos consumidores. Uma pesquisa feita pela Hunter nos EUA em maio mostrou que 54% dos americanos estão cozinhando mais do que antes da pandemia. Com as pessoas comendo mais em casa, as idas aos restaurantes irão diminuir.
Segundo uma pesquisa da McKinsey feita em maio, o consumidor também passou a repensar seus hábitos de consumo. Dois terços dos consumidores acham mais importante do que antes limitar impactos de mudanças climáticas e cerca de 60% estão fazendo mudanças significativas de estilo de vida para reduzir o impacto no meio ambiente. A pesquisa revela que os consumidores costumam repensar como a sustentabilidade deve ser incorporada a proposta de valor da marca e dos negócios e qual o propósito das empresas em suas decisões.
Ela sugere também o aumento da infidelidade as marcas, sendo que até 40% estão comprando novas marcas. Na Europa, entre consumidores da GenZ e Millenials, 50% estão comprando produtos mais baratos do que antes da crise. As pessoas tenderão a comprar cada vez mais o essencial e não os supérfluos.
A busca por produtos essenciais e de maior necessidade deverá se manter na pós pandemia. O novo normal deverá ser “consumo sem excessos”, expressão usada pela estilista Letícia Gonzaga em entrevista recente ao Correio Braziliense referindo-se ao consumo de moda.
10. Valorização do que realmente importa
A proposta de Greg McKeown, em seu bestseller “Essencialismo: A disciplinada busca por menos” parece ter sido escrita pensando na vida pós pandemia. Uma das coisas que talvez todos concordemos é que o mundo nunca mais será o mesmo depois desta crise.
A COVID19 provocou uma ruptura forçada na humanidade e não nos deu opção. Impôs uma “pausa” no planeta inteiro e fez todos os seres humanos pensarem somente em uma coisa: sua sobrevivência. Revelou nossa fragilidade.
Assim, ela forçou profunda reflexão em CEOs, trabalhadores, cidadãos e políticos. Sobre nosso modo de viver, trabalhar, produzir e consumir.
Em plena quarentena, um fato que parecia normal (a morte de um cidadão negro por um policial nos Estados Unidos) levou milhões de pessoas as ruas por vários dias em dezenas de cidades ao redor do mundo para protestar, mesmo correndo risco de ficarem infectadas. A indignação por falta de respeito ao outro e o antirracismo se espalhou rapidamente, como o vírus. Na pós pandemia, a sociedade aceitará menos o desrespeito e a desigualdade.
Como disse o empresário Nizan Guanaes em recente entrevista para CNN, “Cada um de nós tem que ser um estadista, deixar um pouco pra lá o lado em que a gente acredita para nos ajudarmos como raça humana”. Ele celebra a utopia e a esperança dos novos líderes, como sugere em outro momento.
Segundo a pesquisa da McKinsey, “mudanças profundas em valores e mentalidades estão definindo novos comportamentos”, entre eles: (re)conexões afetivas, consciência ao consumir e planeta e sociedade em primeiro lugar.
Consolida-se abordagens recentes tais como capitalismo consciente, gestão baseada em valores, busca por propósito e sentido nas organizações, que certamente serão valorizados ainda mais nos negócios na pós pandemia.
Provavelmente, muitos estão reunindo suas equipes e reavaliando suas estratégias, valores e comportamento neste momento. Relembrando ou rediscutindo o propósito de suas organizações. Mas uma coisa é certa: depois que esta pandemia passar, enxergaremos o outro com um olhar diferente!
Como propaga o Fórum Econômico Mundial (WEF), a visão de um mundo sustentável, onde além do lucro, as empresas busquem o bem estar social e a preservação do planeta. Ou seja, a visão socioeconômica repensa o modelo capitalista e propõe um modelo de economia circular, baseada em proposito e consciente, na qual o planeta é o centro.
*Este artigo é uma adaptação do texto originalmente publicado no site Administradores.com em 17.07.2020.
MARCO AURELIO MORSCH é mestre em Administração de Empresas, professor nos cursos de graduação e extensão da UNIVERSIDADE MACKENZIE em São Paulo. Foi líder e executivo em diversas empresas, tais como CAIXA, NET Serviços e CAMPOS Advocacia. É coautor dos livros “Marketing Estratégico” (DVS Editora, 2004) e “Comportamento
do Consumidor: Conceitos e Casos” (Pearson, 2005). Com mais de 20 anos de experiência em treinamento, coaching e desenvolvimento de executivos, em 2006, fundou a MORSCH
Consultoria, empresa de treinamento, palestras e educação corporativa, especializada em
gestão e transformação de negócios, destacando-se nas áreas de liderança, estratégia,
inovação, gestão da mudança e sustentabilidade empresarial, também parceiro senior da Gecompany.