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São Paulo reconhecida como cidade criativa

Capital paulista foi inserida na rede na área de cinema; para Luiz Alberto Machado, escolha consagra um conjunto robusto de políticas públicas e investimentos no setor cinematográfico e do audiovisual

Luiz Alberto Machado, economista e colaborador do Espaço Democrático e da Gecompany.

No dia 31 de outubro, internacionalmente reconhecido como Dia Mundial das Cidades, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) oficializou a admissão de 58 novas cidades em sua Rede de Cidades Criativas, entre as quais a cidade de São Paulo, que passa a ser a décima quinta cidade brasileira a fazer parte da referida rede.

Criada em 2004, a Rede de Cidades Criativas da UNESCO tem como objetivo promover a cooperação internacional entre cidades que identificam a cultura e a criatividade como estratégias centrais para o desenvolvimento urbano sustentável. A rede abrange sete áreas criativas: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música.

A admissão de São Paulo se deu na área de cinema, consagrando o dinâmico ecossistema audiovisual paulistano, resultado de políticas públicas consistentes da Prefeitura de São Paulo e de uma rede que envolve produtores, criadores, exibidores, festivais e instituições de ensino. Nessa mesma área, o Brasil (que conta com pelo menos uma integrante em cada área), já possuía duas cidades integrando a Rede da UNESCO: Santos (SP) e Penedo (AL).

A inclusão da cidade ocorreu depois da candidatura da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (SMC), Spcine (Empresa de Cinema e Audiovisual da Cidade de São Paulo) e Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI), que realizaram a inscrição do município no projeto. A indicação da cidade foi aprovada pelo Comitê Nacional da UNESCO em fevereiro deste ano e seguiu para a avaliação internacional por outras cidades membro, que agora confirma a vitória.

A candidatura de São Paulo foi embasada por um conjunto robusto de políticas públicas e investimentos, no setor cinematográfico e do audiovisual. A existência da SPcine, que atua no desenvolvimento, financiamento e implementação de políticas para cinema, TV, games e novas mídias, demonstra o compromisso da Prefeitura de São Paulo com o setor.

Além disso, o apoio aos realizadores locais se dá em diversas iniciativas, como o Circuito SPcine, que leva cinema a bairros periféricos, enquanto projetos como Cinema em Bibliotecas e sessões dentro da programação da Virada Cultural garantem acesso gratuito e democrático à população. O setor também se beneficia de editais e fomento direto, como o programa “Aceleração Amplifica Cine”, e investimentos massivos, que chegam aos R$ 80 milhões em 2025.

A prefeitura também realiza oficinas de capacitação para orientar artistas e produtores sobre como acessar editais, apoia eventos e patrocina a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Das 23 cidades brasileiras que apresentaram candidatura em fevereiro, apenas São Paulo e Manaus foram indicadas para a aprovação final pela UNESCO. Porém, na relação recém-divulgada, apenas a cidade de São Paulo foi incluída na área de cinema. Manaus, que pleiteou a chancela na área de gastronomia, segue aguardando o reconhecimento.

As novas 58 cidades anunciadas em 31 de outubro vêm se somar às 350 anteriormente selecionadas, compondo agora o total de 408 integrantes da Rede de Cidades Criativas da UNESCO, que recomenda que além de se destacar na área específica, a cidade dialogue com pelo menos outras três áreas − se possível com todas as outras.

Entre as novas 58 cidades integrantes da Rede encontram-se Quito (Equador) e Lusail (Qatar) na categoria arquitetura, Zaragoza (Espanha) na gastronomia, e Nova Orleans (EUA) e Kiev (Ucrânia) na música.

Dois depoimentos, a meu juízo, merecem ser ressaltados.

O primeiro, de Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO: “As Cidades Criativas da UNESCO demonstram que a cultura e as indústrias criativas podem ser motores concretos do desenvolvimento. Ao receber 58 novas cidades, estamos fortalecendo uma Rede em que a criatividade apoia iniciativas locais, atrai investimentos e promove a coesão social”.

O segundo, de Lyara Oliveira, presidente da Spcine, uma das entidades responsáveis pela candidatura de São Paulo: “Esse reconhecimento destaca a relevância estratégica do audiovisual na capital paulista, que se sobressai ao abrigar um setor robusto e dinâmico, formado por profissionais altamente qualificados, empresas inovadoras e uma infraestrutura de excelência”.

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