(Clarice Cardoso, do UOL, em São Paulo) Impulsionadas pelo aumento no número de desempregados, pela redução da renda dos trabalhadores e pelas incertezas sobre o retorno das aulas presenciais em meio à pandemia do novo coronavírus, as taxas de evasão e inadimplência dos alunos no ensino superior privado cresceram, respectivamente, 10,1% e 11%.
Os dados são de um estudo do Semesp, entidade que reúne mantenedoras de ensino superior no Brasil, sobre o qual escreve hoje a repórter do UOL Ana Carla Bermúdez.
No primeiro semestre de 2020, 608 mil alunos desistiram ou trancaram matrícula em instituições privadas de ensino superior, 83 mil a mais que no mesmo período de 2019. Outros 565 mil alunos ficaram inadimplente, 109 mil a mais que no mesmo período do ano passado.
Os dados foram obtidos por meio de uma pesquisa realizada com 53 instituições particulares de ensino superior. A maior parte das unidades de ensino que participaram do levantamento (67,4%) atende até 7 mil alunos —porte considerado como pequeno ou médio pelo Semesp. A entidade estima que, devido aos trancamentos, desistências, não rematrículas e também a uma queda no ingresso de alunos no segundo semestre deste ano, o setor perdeu ao menos 423 mil alunos.
A pesquisa mostra ainda que houve queda no número de alunos novos nas instituições de ensino, no segundo semestre deste ano, em comparação com a quantidade de ingressantes no segundo semestre de 2019. No Brasil, segundo o levantamento, o percentual de queda foi de 19,8%. Essa taxa, no entanto, foi ainda maior se analisados apenas os cursos presenciais: queda de 38,2%.