Muitas das mais conhecidas empresas brasileiras têm ações negociadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA). Essas empresas utilizam a Bolsa para captar recursos e financiar seus projetos de expansão.
Você, como empreendedor, também pode se juntar a este grupo, tendo em vista a importância de investimentos contínuos em modernização, atualização e pesquisa/desenvolvimento de novos produtos e processos.
O QUE É ABERTURA DE CAPITAL?
Para ser listada na Bolsa, a empresa precisa abrir o capital. Somente desta forma pode ter suas ações negociadas publicamente.
A partir daí, qualquer pessoa pode se tornar acionista da sua empresa, bastando comprar ações por meio de uma corretora da Bolsa. No entanto, a abertura de capital pode ocorrer com ou sem oferta de ações no mercado.
Na chamada distribuição primária, a empresa emite e vende novas ações ao mercado. Nesse caso, o vendedor é a própria companhia. Portanto, os recursos obtidos são destinados ao caixa da empresa.
Já na distribuição secundária, quem vende as ações é o empreendedor e/ou algum de seus atuais sócios. Trata-se de ações já emitidas no passado, e os valores originados da venda vão para o proprietário delas.
VALE A PENA ABRIR O CAPITAL?
Independentemente de a distribuição ser primária ou secundária, ao fazê-la a companhia amplia seu quadro de sócios. Os investidores passam a ser parceiros e proprietários de uma parte da empresa.
O financiamento por meio da emissão de ações, ou seja, por meio de aumento do capital próprio e admissão de novos sócios, é uma fonte de recursos que não possui limitação. Enquanto a empresa tiver projetos viáveis e rentáveis, haverá investidores interessados em financiá-los.
A abertura de capital representa redução de risco de crédito para a empresa. Os recursos dos sócios investidores, da mesma forma que o dinheiro que o empresário colocou no empreendimento, não têm prazo de amortização ou resgate. Também, diferentemente de empréstimos, não exigem rendimento definido: o retorno dos investidores depende do desempenho da empresa.
Risco mais baixo tem outro efeito benéfico: a redução do custo de capital, que pode induzir a companhia a um ciclo virtuoso. Nas empresas que têm certo grau de endividamento, a abertura de capital confere equilíbrio à estrutura de capital, balanceando o uso do crédito e do capital próprio.
A abertura de capital também representa liquidez patrimonial, isso pela possibilidade de empreendedores e/ou seus sócios transformarem, a qualquer tempo, parte das ações que possuírem na empresa em dinheiro.
Outro benefício se dá no processo sucessório e de partilha da herança. Os fundadores têm o sonho de viver o dia a dia da empresa, mas nem sempre o mesmo ocorre com os herdeiros. Adicione-se a esse fato a impossibilidade de todos os herdeiros permanecerem no comando.
A empresa ganha visibilidade ao ser regularmente mencionada na mídia e acompanhada pela comunidade financeira. A cotação de suas ações no mercado acionário é um indicativo de valor, pois reflete a percepção de muitos investidores sobre as perspectivas futuras da companhia.
Passa a ter mais projeção e reconhecimento dos públicos com os quais se relaciona, melhorando as condições de negociação com fornecedores e instituições financeiras, contando com maior exposição de suas marcas, ganhando competitividade e elevando o comprometimento de seus funcionários.
PRINCIPAIS DESPESAS PARA A ABERTURA DE CAPITAL.
Normalmente, são despesas com contratação de auditoria externa, preparação de documentação, publicações legais, confecção de prospecto, comissão da instituição financeira e processo de marketing da distribuição, além do tempo do pessoal interno envolvido na operação.
É possível contratar uma empresa de consultoria, que auxiliará na definição do plano de abertura de capital, na organização interna e na avaliação preliminar da companhia. Adicionalmente, pode ser necessária consultoria jurídica para orientar a respeito dos procedimentos legais.
O montante de despesas vai depender da complexidade da empresa e do seu grau atual de organização. Por exemplo, pode ter um gasto menor que outras, caso a documentação e as informações a ser prestadas já estejam organizadas e adaptadas; ou caso disponha de um departamento jurídico próprio.
O QUE O INVESTIDOR CONSIDERA NA ESCOLHA DAS AÇÕES?
O investidor poderá ganhar com as ações de uma empresa por meio da valorização dessas ações e/ou do recebimento de dividendos, que são uma parcela dos lucros.
Por correr os riscos do negócio, os investidores de ações preocupam-se em acompanhar, fiscalizar e participar das decisões da empresa, para garantir que ela seja rentável no curto e longo prazo. Assim, a decisão de adquirir ou não ações da empresa que está abrindo o capital será baseada na análise de fatores que influenciem na sua evolução.
GOVERNANÇA CORPORATIVA,
FATOR DE DECISÃO.
Alguém que esteja pensando em se tornar sócio investidor analisará também as práticas de governança adotadas pela empresa, isto é, se está estruturada de forma que a administração conduza os negócios com o máximo de transparência, sem distinção entre acionista controlador e acionista investidor.
Novo Mercado
O Novo Mercado é o segmento especial de listagem da BM&FBOVESPA para companhias que voluntariamente se comprometem com práticas de governança corporativa, adicionais em relação ao exigido pela regulamentação brasileira. O capital social das companhias listadas no Novo Mercado é composto apenas por ações ordinárias.
Bovespa Mais
O Bovespa Mais é o segmento de listagem da BM&FBOVESPA inspirado no Novo Mercado, porém adaptado às empresas com estratégia de acesso gradual ao mercado, que pretendam realizar distribuições em volumes menores, quando comparados aos do Novo Mercado, aumentando gradativamente suas ações em circulação. O Bovespa Mais possibilita ainda a listagem sem oferta.
COMO PREPARAR A ABERTURA DE CAPITAL DA EMPRESA?
Antes de tudo, é preciso analisar se a empresa possui perfil e cultura adequados para se tornar companhia aberta. Em seguida, comparar benefícios X custos e escolher uma instituição financeira, para orientar sobre todo o processo de distribuição pública de ações. Será necessário também levantar a documentação exigida e iniciar uma reforma estatutária.
SER COMPANHIA ABERTA É PODER CONTAR COM O MERCADO DE CAPITAIS PARA CRESCER
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