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PETROBRAS: A MENSAGEM DO PRESIDENTE – RESULTADOS DE 2018

A celebração dos acordos com a US Securities and Exchange Commission (SEC) e o US Department of Justice (DoJ) e a venda em 30 de janeiro de 2019 da refinaria de Pasadena – cuja aquisição havia se transformado em símbolo da corrupção no Brasil – marcam o fim de um ciclo doloroso para a Petrobras, seus acionistas, colaboradores e a sociedade brasileira, em que a companhia foi vítima de prolongado saque perpetrado por uma organização criminosa. A performance da Petrobras no ano que passou foi indiscutivelmente a melhor em muitos anos, o que inclui a obtenção de alguns recordes históricos, envolvendo fluxo de caixa livre e EBITDA ajustado, e da interrupção de quatro anos seguidos de prejuízos. Um processo eficaz de gestão de passivos estendeu a maturidade média da dívida de 7,14 anos em 2015 para 9,14 anos em 2018, o que contribui para mitigar riscos de refinanciamento. Em fevereiro de 2019 nossa capitalização de mercado voltou a superar os US$ 100 bilhões, o que nos coloca de volta na posição de maior companhia da América Latina. Celebramos os bons resultados de 2018, mas não podemos nos limitar à visão interna, à comparação conosco mesmo em anos anteriores. Ampliando nosso horizonte para a indústria de petróleo global reconhecemos humildemente que estamos muito aquém do desejável. Não podemos nos conformar com a situação atual, havendo muito a fazer e muitos desafios a superar. O inconformismo nos obriga à forte concentração em cinco pilares estratégicos. Temos que melhorar substancialmente a alocação do capital através do foco nos ativos em que somos o dono natural promover a saudável competição por capital entre nossos projetos de investimento. Uma empresa opera com prejuízo até que consiga remunerar o capital empregado em suas operações, o que não conseguimos fazer ainda. Nossas reservas provadas de óleo e gás atingiram 9,6 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), de acordo com os critérios da SEC. Isto implica reposição de 125% do volume produzido em 2018 (excluindo o efeito do desinvestimento de campos de petróleo) e numa relação reservas provadas/produção de 11,1 anos. O importante a destacar é que boa parte dessas reservas se origina de ativos de classe mundial, como o pré-sal, a fronteira da exploração de petróleo do mundo onde a Petrobras é líder inconteste e dona natural. O foco nesses ativos, de custos baixos, alta qualidade e produtividade e longa vida, representa enorme potencial de criação de valor ao longo do tempo. Na indústria a exploração de ativos de classe mundial é uma das chaves para o sucesso de uma empresa. A geração de lucro econômico exige maior agilidade no processo decisório, o que está sendo perseguido em 2019 com o indispensável cuidado em resguardar os elevados padrões de governança corporativa e as rigorosas normas de conformidade implementadas na Petrobras nos últimos anos. Neste contexto, vale mencionar que, por exemplo, atrasos na execução de projetos se constituem em geral na maior fonte de redução de suas taxas de retorno. Com o auxilio de inovações estamos desenvolvendo iniciativas para encurtar o intervalo de tempo entre o início da atividade exploratória e o primeiro óleo e também a duração da fase de ramp-up dos projetos de E&P, o que concorrerá para a elevação de suas taxas de retorno. Devemos buscar incessantemente o investment grade rating e a redução do custo do capital via desalavancagem financeira e relacionamento transparente com os mercados financeiros globais. A exposição do fluxo de caixa à volatilidade cíclica dos preços do petróleo requer de seus produtores baixa alavancagem. Nosso endividamento bruto diminuiu significativamente, de US$ 126,3 bilhões em 2015 para US$ 84,4 bilhões no final de 2018, mas ainda é elevado em relação à capacidade atual de geração de caixa: dívida bruta/fluxo de caixa operacional de 3,2x e dívida bruta/EBITDA ajustado de 2,7x. Vamos atuar simultaneamente sobre o numerador e o denominador dessas frações: reduzir a dívida e trabalhar para o crescimento do fluxo de caixa via aumento de produção e corte de custos. Da mesma forma devemos buscar permanentemente ter custos baixos, condição básica em qualquer empresa para a geração de valor independentemente do ciclo econômico e mais importante ainda na indústria do petróleo, tipicamente com alta exposição aos ciclos da atividade econômica global. A transformação digital, com emprego maciço da digitalização, data analytics e inteligência artificial é essencial para a geração de ganhos de eficiência e de custos menores. O respeito às pessoas e ao meio ambiente e a preservação da segurança de nossas operações devem ser uma regra de ouro. A atividade de exploração e produção de petróleo e gás está exposta à ampla gama de riscos, entre eles riscos operacionais que, uma vez materializados, possuem enorme potencial de destruição de valor e de, até mesmo, ameaçar a sobrevivência de uma companhia. Trabalhamos incansavelmente para minimizá-los e, ao mesmo tempo para fortalecer nossa capacidade de resposta diante da ocorrência de qualquer evento negativo. A taxa de acidentes registráveis alcançou 1,01 acidentes/ milhão de homens-hora, com decréscimo de 6,5% em relação a 2017, porém ligeiramente superior ao limite de alerta para 2018, de 1,0. A despeito do progresso nesse indicador, a ocorrência de seis fatalidades nos entristece e envergonha. A perda de vidas humanas, seja qual for sua explicação, é inaceitável. Nossa meta permanente é zero fatalidade. O objetivo de maximização de valor para os acionistas não pode sob nenhuma hipótese prescindir da atenção à segurança das pessoas e operações e à preservação do meio ambiente, nem resultar em subestimação de riscos para que metas sejam atingidas. Acreditamos que nossa agenda de mudança transformacional seja capaz de criar considerável valor para os acionistas e para o Brasil no futuro. Podemos dizer, então, que os melhores dias da Petrobras estão ainda à nossa frente. Roberto da Cunha Castello Branco

Dia internacional da mulher: Os 6 traços das mulheres bem sucedidas

As mulheres tem assumido cada vez mais posições de destaque nas organizações. Uma pesquisa recente mostra quais são os 6 traços das mulheres bem-sucedidas. Em uma pesquisa recente feita por Laura Sherbin, com cerca de 3200 executivas da área de STEM (ciência, tecnologia e engenharia) nos Estados Unidos, e publicada na Harvard Business Review, foram identificados seis traços comuns de sucesso entre as mulheres. Sherbin define sucesso como três elementos conjugados: satisfação com o trabalho, respeito pela experiência e uma posição de nível sênior. De acordo com a pesquisadora, cerca de 1/5 das mulheres atualmente empregadas em STEM atendem esse requisito. A seguir descrevemos estes 6 traços: 1. Elas são confiantes As mulheres bem-sucedidas afirmam que são extremamente confiantes sobre suas habilidades e competências profissionais. Embora muitas pesquisas sugerem que os homens sejam mais confiantes do que as mulheres, a pesquisa de Sherbin identificou que a confiança é uma qualidade das mulheres bem-sucedidas. A autoconfiança é uma das atitudes mais importantes para a tomada de decisão. Mulheres confiantes sentem-se mais a vontade para tomar decisões do que mulheres que são inseguras. Como disse Marissa Mayer, a CEO do Yahoo: “Se você ultrapassar aquela sensação de medo, aquele sentimento de estar correndo um risco, coisas verdadeiramente maravilhosas podem acontecer”. 2.Elas assumem o crédito por suas ideias As mulheres que obtém sucesso nas organizações são assertivas e se impõem quando estão sendo negligenciadas. Muitas mulheres são inovadoras, tem ideias criativas e solucionam problemas com base nestas ideias fora da caixa. Segundo a pesquisa, muitas já tiveram suas ideias desconsideradas ou até roubadas, o que gerou forte perturbação e desengajamento. No entanto, as mulheres bem-sucedidas demonstraram mais probabilidade de falar quando foram negligenciadas. Na pesquisa, 40% delas confrontaram a situação, em comparação com apenas 26% das outras mulheres. Como disse Estée Lauder, fundadora da marca de cosméticos norte-americana: “Eu não sonhei com sucesso, eu trabalhei por ele”. 3.Elas têm um grupo de pares forte As mulheres bem-sucedidas advogam em nome de seus pares que, por sua vez, defendem suas ideias em reuniões e atestam suas habilidades. Sherbin identificou que as mulheres bem-sucedidas investem no relacionamento interpessoal sobretudo com os pares, comportamento que aumenta a confiança e gera melhores resultados. Relataram também que os relacionamentos e o networking as ajudaram a ter acesso a líderes de níveis superiores. Embora as menos extrovertidas tenham dificuldades para isso, arriscar a própria reputação e defender seus pares demonstrou ser uma característica das mulheres bem-sucedidas. As mulheres bem-sucedidas não apenas constroem redes laterais que garantem o crédito e o apoio de suas ideias em reuniões, mas também fornecem acesso aos corredores do poder. 4.Elas fazem coaching com protegidos e desenvolvem talentos As mulheres de sucesso advogam pelo desenvolvimento de outras pessoas dentro da organização. A maioria das mulheres pesquisadas patrocinam alguém em suas empresas. Elas identificam pontos fracos em seus protegidos e ajudam a melhorar o seu desempenho defendendo-os quando eles tropeçam. Esse patrocínio não é somente altruísta. Muitas mulheres notaram que este patrocínio ajudou a construir sua própria reputação como líderes que preparam grandes talentos – e também podem ajudá-los a manter suas próprias habilidades e competências afiadas. Como diz Indra Nooyi, ex-CEO da Pepsi: “Como líder eu sou dura comigo mesma e eu elevo o padrão para todos. Todavia, eu sou cuidadosa, por que eu quero pessoas que excedam o que estão fazendo de modo que eles aspirem ser iguais a mim no futuro”. 5.Elas são autenticas Um impressionante 78% das mulheres bem-sucedidas disseram que elas são pessoas autenticas em seu trabalho. Isso é surpreendente porque muitos acreditam que precisamos fazer retrocessos para se adaptar ao ambiente de trabalho. Na pesquisa ficou demonstrado que mulheres que mantiveram seu estilo próprio conseguiram resultados excelentes sem recuar em sua personalidade. Como disse a apresentadora de TV norte-americana Oprah Winfrey: “Eu não tenho ideia de que ser meu eu autentica me tenha feito tão rica como eu sou hoje, se eu tivesse, teria sido antes”. Gosto muito de uma frase de Luiza Trajano, CEO do Magazine Luiza, sobre autenticidade: “Acho que a maioria de nós foi criada com noções preconcebidas de quais escolhas devemos fazer. Nós desperdiçamos tempo demais tomando decisões baseadas no que os outros consideram felicidade – o que fará de você uma boa cidadã, esposa ou filha. Ninguém diz ‘Seja feliz, mesmo que isso signifique ser um sapateiro ou morar com as cabras”. 6.Elas têm uma marca pessoal forte As mulheres bem-sucedidas falam em painéis, fazem apresentações para seus diretores, sentam em conselhos e diretorias, e tornam seus feitos e realizações conhecidos. Essas mulheres vão além da descrição de seu cargo. Elas fazem seu marketing pessoal sem exibicionismo. Elas são apaixonadas por seu trabalho e tem clareza de propósito. Sua motivação, portanto, é intrínseca, ou seja, vem de dentro – o que é muito mais forte. “Muitas vezes sou descrita como apaixonada e motivada, e acho que é porque não tenho medo de deixar minha paixão transparecer em tudo que faço. É permitido a mim que eu me concentre no alcance e no impacto do meu trabalho” disse uma entrevistada. Para ambientes de trabalho cada vez mais competitivos, onde a diversidade é um tema que vem ganhando espaço nas organizações, as mulheres precisam desenvolver suas habilidades e competências para ocupar cargos chaves e ascender na organização. Acreditamos que abraçar estes 6 traços de sucesso feminino irão ajudar aquelas que desejam ascender na organização. Este artigo foi originalmente publicado no portal Administradores.com em 08/03/2019. Marco A Morsch é fundador da Morsch Consulting e parceiro da Ge.company, palestrante e professor de administração da Universidade Presbiteriana Mackenzie.