Nem 03, nem 04, porque já são 05 diferentes inteligências catalogadas: Inteligência Racional, QI ou Quociente de Inteligência, Inteligência Emocional, Inteligência Espiritual ou QS e Inteligência Social… Qual será a próxima?
Muitos autores dizem que a inteligência humana é herança biológica, influência do meio ambiente, alimentação, estímulo e cultura. Sem me contrapor ao fato de que diversos fatores podem influenciar o desenvolvimento mental de um Ser, acredito que esses fatores (positivos ou negativos) apenas estimulam ou desestimulam pessoas a manifestar sua ‘Essência’ (o que de fato é), algo aparentemente invariável e permanente, mas em constante evolução.
No essencialismo filosófico a essência precede à existência. Platão disse que o inteligível transcende o sensível e o determina, porque já nascemos com os princípios inteligíveis que nos permitem conhecer o sensível. Mas, se quiser conhecer-se, abra mão do fascínio pelas sensações, coloque-as sob o teu domínio ou as subordine à sua inteligência.
QUAIS SÃO AS 05 TEORIAS EXISTENTES?
1- Inteligência Racional
Em 1905, os franceses Alfred Binet e Theodore Simon desenvolveram uma ferramenta que tinha como objetivo identificar, dentre estudantes, quais alunos estavam mais defasados em relação à aprendizagem. Através da aplicação de trabalhos com diferentes níveis de complexidade e com foco na capacidade de solucionar questões envolvendo lógica, este método racional (razão) foi o precursor do chamado Q.I., ou quociente de inteligência.
Quem tem IR alta vive pela razão e coordenação de pensamentos, sem envolver sentimentos, preconceitos, reações e/ou programações. Caracteriza-se pela ausência ou pela subvalorização das emoções, sensações e sentimentos.
2- QI ou Quociente de Inteligência
Em 1912, o psicólogo alemão William Stern, propôs o termo QI. A proposta inicial era avaliar a inteligência das crianças com o objetivo de detectar quem teria maior ou menor dificuldade no processo de aprendizagem. Anos depois, tais testes foram adaptados para o mundo dos negócios; empresas os aplicavam para medir a capacidade lógica e cognitiva de seus candidatos. Após décadas de estudo de QI, notou-se que muitas pessoas com altíssimo QI eram um fracasso total. Assim, em busca de “algo mais”, iniciaram os estudos de outras formas de inteligência.
Quem tem QI alto dorme tarde, confia muito nos outros e é criativo, divertido e liberal. É mais suscetível às doenças mentais, preocupações, solidão, ansiedade, preguiça e são mais propensos às drogas (busca de equilíbrio?).
3- Inteligência Emocional
Em 1995, um livro de consultoria comportamental, Inteligência Emocional, tornou-se best-seller no mundo todo. O autor, Daniel Goleman, mostrou que podemos ir adiante, ao aplicar o QE (Quociente Emocional) não só no trabalho, como também no nosso dia-a-dia. A IE, segundo o psicólogo e Ph.D. pela Universidade de Harvard, caracteriza a maneira como as pessoas lidam com suas emoções e com as das pessoas ao seu redor. Quem tem QE desenvolvido sabe como se relacionar com os outros e tira vantagem disso, porque consegue se adaptar melhor a situações.
Quem tem IE alta reconhece suas emoções e sentimentos e sabe lidar com eles, é confiante e possui bom humor, causa impressão aos outros, adia gratificações e prazeres imediatos para atingir seus objetivos, conforta a si mesmo, livra-se da ansiedade, tristeza, medo, raiva e irritações, possui motivação interna, conclui tarefas e projetos.
4- Inteligência Espiritual
Em 2000, Danah Zohar e Ian Marshal lançam o livro Spiritual Quocient (QS), o qual mostra que uma pessoa com QS elevado consegue discernir a real importância de um problema, por ser capaz de visualizá-lo dentro de um contexto mais amplo. E, a partir disso, tomar uma decisão que esteja em conformidade com seus valores. Segundo os autores, o QS sustenta as demais inteligências. A principal diferença entre o QS e o QE está na amplitude de cada inteligência, porque o QS trabalha com questões que tenham significado para as pessoas e não com suas emoções e reações.
Quem tem QS alto pratica e estimula o autoconhecimento profundo, tem valores e é idealista, encara e utiliza a adversidade, é holístico, celebra a diversidade, é independente, sempre pergunta “por quê?”, coloca as coisas num contexto mais amplo e empático, é espontâneo, resiliente, inconformado, persistente e compassivo.
5- Inteligência Social
Em 2006, após o sucesso do livro Inteligência Emocional, Goleman lançou o livro Inteligência Social, um complemento da IE. Baseado no campo da neurociência social, o autor defende que as relações – boas ou más – moldam o comportamento e o funcionamento do nosso cérebro. Boas experiências têm efeitos positivos que liberam substâncias neuroquímicas responsáveis pela sensação de amor e carinho. Sensação oposta ocorre nas más experiências.
Quem tem IS alta costuma ter fluência Verbal e saber conversar; conhecer os papéis sociais, regras e Scripts; ouvir a todos, com total atenção e respeito; entender o que outras pessoas pensam e sentem, saber interpretar papéis e ser socialmente eficaz; ter capacidade de gestão, facilidade de interação e integração com as pessoas e com o meio.
Encerro prevendo que a Inteligência Artificial poderá ser algo apocalíptico, se imprudentemente substituírem humanos por robôs, em alta escala. A IA suga teorias da informática e experiências da psicologia cognitiva, com o objetivo de reproduzir atividades humanas qualificadas como inteligentes, por meio de máquinas. A IA está cada vez mais próxima da razão humana, mas ainda está bastante afastada da emoção humana, do mais sutil e do Eu…
Moracy das Dores é um Mercadólogo reconhecido pelo MEC, especialista em Marketing, Comunicação e Vendas. Atual Consultor de Marketing e Endomarketing da Trade Call Service. Escreveu e publicou dois livros: “Para sua vida melhorar, basta saber negociar” e “O Objetivista e a nova forma de ser e de estar no planeta Terra”.