A importância da Contabilidade na Gestão Empresarial

Hoje a Contabilidade é regida pela LEI das S.A. 6.404/76 e a FIPECAFI foi procurada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para editar o Manual de Contabilidade por Ações que abrange toda novidade em termos contábeis e a Contabilidade é aplicada universalmente nos Países, principalmente aqueles que incentivam o mercado de capitais como forma de financiamento dos projetos de investimentos das empresas. Uma evolução além do que poderia se imaginar, e o CONTADOR exerce um papel importante no entendimento e aplicação das normas e procedimentos contábeis, que registra todas as movimentações decorrentes dos eventos que alteram o patrimônio líquido das empresas. Textos adaptados dos livros: Teoria da Contabilidade Iudícibus, Sergio Editora Altas e da obra Manual de Contabilidade por Ações da FIPECAFI dos autores: Ernesto Rubens Gelbecke Ariovaldo dos Santos Sérgio Iudícibus Eliseu Martins Gen/Atlas – terceira edição
O sistema Empresa

As organizações se interagem com a sociedade de maneira completa. A empresa é um sistema em que há recursos introduzidos, que são processados, e há a saída de produtos ou serviços. Uma empresa é considerada como um sistema aberto em razão da sua interação com a sociedade. Essa interação provoca influencia nas pessoas, aumento do padrão de vida e o desenvolvimento da sociedade. “os sistemas abertos envolvem a ideia de que determinados inputs são introduzidos no sistema e processados, geram outputs. Com efeito, a empresa vale-se de recursos naturais, humanos e tecnológicos, de cujo processamento resultam bens ou serviços a serrem fornecidos ao mercado”. Toda empresa tem uma missão em relação a sociedade e a missão das empresas corresponde aos seus objetivos permanentes, que consistem em otimizar a satisfação das necessidades humanas. Padoveze, Clóvis LUís Controladoria Estratégia e Operacional Cengage, Learnig – 3 edição
Pequeno sim, sem planejamento nunca!

As micro e pequenas empresas (MPEs) são as maiores responsáveis pela geração de renda e pelo impulsionamento da economia no Brasil. Segundo um levantamento feito pelo Sebrae, as MPEs representam 99% de todas as empresas no país, geram 55% dos empregos com carteira assinada e respondem por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.Apesar do desempenho positivo dos pequenos negócios, outro estudo do Sebrae aponta um dado preocupante: quase 60% das MPEs encerram suas atividades após os cinco primeiros anos. Ainda de acordo com a pesquisa, 17% desses empreendedores não fizeram nenhum planejamento, enquanto 59% disseram que a gestão foi realizada apenas nos seis primeiros meses. “A falta de um bom plano financeiro, a ausência de gestão e o fato de não conhecer o mercado estão entre os motivos que levam ao fechamento do negócio”, comenta Paulo Marcelo Ribeiro, dirigente institucional da Faculdade Sebrae. O planejamento estratégico (PE), assim como nas grandes organizações, também é essencial para a sobrevivência e o crescimento estruturado das MPEs. É uma maneira eficaz de orientar os empreendedores na tomada de decisão, diminuir os riscos e evitar erros que possam comprometer o sucesso do negócio. “As empresas que estabelecem objetivos claros, experimentam uma maior eficiência operacional, crescimento e melhor margem de lucro, contribuindo para a sua sustentabilidade a longo prazo”, afirma o Adm. Fernando Lage, sócio da KPMG Brasil e coordenador do Grupo de Governança, Riscos e Compliance do CRA-SP. Embora muitos gestores tenham ciência de que o planejamento pode melhorar seus processos, boa parte deles ainda falha no momento de colocá-lo em prática, por não saberem como levantar informações relevantes para criar o negócio. Por mais que pareça complexo, Lage explica que um planejamento estratégico eficiente deve ser estruturado de maneira simples, com foco nas áreas mais críticas, e ter objetivos de curto, médio e longo prazo estabelecidos de forma clara, mensurável e alcançável. Etapas do planejamento estratégico Paulo Marcelo Ribeiro Um bom planejamento estratégico começa com uma séria análise de mercado e cenários do negócio, antes mesmo da abertura da empresa. Nesse primeiro passo, explica Ribeiro, o empreendedor precisa conhecer a concorrência, buscar informações sobre o setor e avaliar se vale a pena investir nesse ramo de atividade. Em seguida, vem a definição de metas e objetivos. Nessa etapa, o empreendedor identifica onde ele está, para onde quer ir e como chegar lá. Define, também, a missão e os valores, seus diferenciais e o futuro da organização. No terceiro passo é hora de o plano de negócio ser desenvolvido. Ele carece de mais dedicação do empreendedor, porque é nessa fase que as estratégias para alcançar os objetivos começam a ser traçadas. O empreendedor decide, por exemplo, se vai trabalhar com parcerias, se vai ter representantes comerciais ou vender só pela internet. Definidos esses detalhes, é hora de montar um bom plano de trabalho e pôr em prática as ações que vão levá-lo ao seu objetivo. “Atendi um empreendedor que montou um e-commerce de produtos da Rua 25 de Março (maior centro popular de compras de São Paulo). Ao invés de investir em um estoque, ele abriu um escritório nessa rua e, quando vendia um produto, descia, comprava e despachava no correio. Isso facilitou a logística e, por não ter estoque, ele não corria o risco de ficar com o dinheiro empatado em mercadorias que não foram vendidas. Então, há uma série de estratégias que podem ser implementadas para otimizar o negócio”, conta Ribeiro. Por fim, é recomendável aplicar um ciclo de avaliação e monitoramento do planejamento. “Sempre indicamos fazer um plano pensando em um horizonte maior, como por exemplo onde você quer que a empresa esteja daqui cinco anos. No entanto, é importante revisitar todo o plano, pelo menos, uma vez ao ano, para ver se atingiu os resultados e corrigir as rotas, se necessário”, sugere o dirigente da Faculdade Sebrae. Ferramentas de planejamento estratégico Em cada etapa do planejamento, o empreendedor tem acesso a uma série de informações a serem avaliadas. Segundo Lage, a tomada de decisão no negócio deve acontecer com base nos dados e análises, e não apenas na intuição. “Isso aumenta as chances de sucesso das iniciativas e investimentos”, afirma. De acordo com o professor do curso de Administração da ESPM, Jaércio Barbosa, há três tipos de dados que precisam ser analisados: os da empresa, como custo, vendas, público-alvo, capacidade de produção, orçamento e receitas; os da concorrência, ou seja, se o concorrente cresceu, diminuiu e se tem o mesmo público; e os dados macroambientes, que analisam fatores externos mais amplos, como o social, econômico, tecnológico e político. “O gestor vai transformar esses dados em informação e estruturá-los para, a partir daí, conseguir entender o que é importante para sua empresa”, diz o docente. Além das ferramentas típicas da Administração (veja box abaixo), o professor da ESPM sugere o uso da inteligência artificial para maximizar o processo de planejamento. E, para quem precisa de opções mais baratas, as versões gratuitas do Trello e da Assana, assim como os aplicativos do Sebrae e da prefeitura de São Paulo, por exemplo, podem auxiliar na organização do negócio. Como o ideal é simplificar ao máximo esse processo, o docente recomenda também a técnica de Metas SMART, fundamentada em cinco pilares básicos (específica, mensurável, atribuível, realista e temporal), que colaboram para a correta aplicação de metas e auxiliam no acompanhamento dos resultados; além da matriz Ansoff, uma ferramenta que permite às empresas analisarem diferentes opções de crescimento e optarem pela estratégia mais adequada aos objetivos organizacionais. Desafios de gestão das PMES Falta de apoio, sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções e conhecimento limitado são alguns desafios que o pequeno e médio empresário enfrenta em sua empresa, conforme aponta a pesquisa “Cabeça de Dono”, realizada pelo Instituto Locomotiva para o Itaú Empresas, que ouviu 1001 empreendedores. De acordo com o estudo, dos 98% dos entrevistados que participam diretamente de decisões estratégicas do negócio, 37% deles assumem sozinhos todas as decisões e direcionamentos estratégicos de ao menos uma área. Já entre os 96% que também executam tarefas
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Empreendedorismos

Luiz Alberto Machado fala sobre a importância do empreendedor na promoção do crescimento econômico e do desenvolvimento
“Inteligência Artificial Neuro-Simbólica: Integração entre Lógica Simbólica e Redes Neurais”

Humberto Emílio Massareto Inteligência Artificial Neuro-Simbólica: O Futuro das IAs Conexão de Lógica e Aprendizado Profundo Como a Integração de Métodos Simbólicos e Estatísticos Está Redefinindo o Mercado, Transformando Hábitos e Incentivando a Criatividade na Era da Inteligência Artificial Uma análise do artigo escrito por Jonathan Feldstein, Paulius Dilkas, Vaishak Belle e Efthymia Tsamoura, que aborda o campo emergente da Inteligência Artificial Neuro-Simbólica (Neuro-Symbolic AI), buscando explorar a integração de técnicas simbólicas, como o raciocínio lógico, com métodos estatísticos baseados em redes neurais profundas. Essa integração, que já vem sendo buscada há muito tempo na pesquisa em inteligência artificial, visa unir as forças dos métodos simbólicos e conexionistas para desenvolver sistemas mais eficientes e que superem as limitações de cada abordagem individual. O foco da IA Neuro-Simbólica é fornecer um meio de aprimorar a capacidade dos modelos de IA em lidar com tarefas complexas que exigem tanto aprendizado automático quanto raciocínio explícito, promovendo uma flexibilidade superior e aproximando-se mais do comportamento humano. Esta análise representa uma síntese dos principais pontos do artigo, proporcionando uma visão abrangente dos conceitos e das contribuições da IA neuro-simbólica para o desenvolvimento de sistemas híbridos de inteligência artificial. Incluí minhas percepções sobre os eventuais impactos que poderão afetar diretamente o mercado, os hábitos das pessoas e a criatividade na era da inteligência artificial. 1. Motivação e Contextualização No artigo, a proposta de unir abordagens simbólicas e conexionistas é discutida, destacando sua relevância especial devido aos avanços recentes em aprendizado profundo, que demonstram sua eficácia em tarefas de reconhecimento de padrões (por exemplo, visão computacional e processamento de linguagem natural). Entretanto, são discutidas as limitações inerentes dessas redes, o que justifica a necessidade de integração com métodos simbólicos para ampliar suas capacidades e gerar soluções mais próximas das exigências do mundo real e do mercado. Entre essas limitações, destacam-se as seguintes: Em contrapartida, os modelos lógicos oferecem vantagens evidentes em termos de raciocínio estruturado e representações simbólicas, sendo particularmente eficazes em capturar relações, causalidade e proporcionar explicações lógicas. Contudo, também enfrentam limitações, especialmente em termos de escalabilidade, já que a complexidade computacional cresce exponencialmente com o aumento do conjunto de proposições. 2. Conceitos-Chave e Contribuições do Documento No artigo, é feita uma revisão dos principais conceitos e frameworks que combinam técnicas simbólicas e redes neurais profundas, categorizando-os em arquiteturas compostas e monolíticas. Essa distinção estrutural é crucial para compreender como diferentes abordagens lidam com as fraquezas dos métodos puramente simbólicos ou conexionistas, tirando proveito do melhor de cada um. O mapeamento apresentado no artigo divide o campo da IA neuro-simbólica com base nos mecanismos de supervisão, nos métodos de inferência, e nos tipos de integração simbólica. Isso serve de guia para engenheiros que desejam integrar modelos lógicos em redes neurais e para pesquisadores que buscam entender as diferenças entre as várias abordagens existentes. Diagramas e Estrutura de Frameworks O artigo inclui diagramas que ajudam a visualizar a classificação das abordagens neuro-simbólicas, destacando como os componentes simbólicos e neurais se conectam e quais são suas propriedades lógicas e inferenciais. A Figura 1 proporciona uma visão clara das relações entre diferentes frameworks, facilitando a escolha da abordagem mais adequada para cada problema ou aplicação. Essa visão contribui para a criatividade na construção de novas soluções, incentivando o pensamento inovador sobre a combinação de métodos para abordar desafios específicos de forma eficaz. 3. Conceitos Detalhados de Modelos e Técnicas O documento mergulha em frameworks de integração que visam proporcionar uma ponte eficiente entre os paradigmas simbólico e conexionista, promovendo a adoção prática de técnicas híbridas. Entre os modelos discutidos, destacam-se: Aprendizado Relacional Estatístico (SRL) O SRL visa combinar modelos probabilísticos e lógicos para integrar raciocínio simbólico e a capacidade de lidar com incertezas. Exemplos incluem: Contagem Ponderada de Modelos (Weighted Model Counting – WMC) O WMC é discutido como uma extensão da contagem de modelos para calcular probabilidades associadas às proposições lógicas. São introduzidas variantes, como: Programação Lógica Probabilística (PLP) A PLP combina lógica e probabilidade, permitindo inferir a probabilidade de um fato ser verdadeiro dado um conjunto de regras e fatos observados. Esta técnica é particularmente útil em diagnósticos médicos e apoio à decisão em cenários com incertezas. O uso da PLP pode ser estendido para uma ampla gama de aplicações, incluindo sistemas de apoio à tomada de decisão em grandes organizações, onde a complexidade dos dados exige abordagens inovadoras e explicáveis. 4. Contribuições Principais e Discussões O artigo foca em cinco contribuições principais: 5. Perspectivas Futuras e Problemas em Aberto Embora promissora, a integração simbólico-neural enfrenta desafios como complexidade computacional e baixa adoção por praticantes de Machine Learning devido à necessidade de conhecimento especializado. Também são necessários métodos padronizados de interpretação que garantam a clareza dos resultados para os usuários finais. Superar esses desafios terá um impacto direto em como as soluções de IA serão aceitas e integradas aos hábitos diários das pessoas, facilitando o uso da IA em diversas áreas da vida cotidiana. Conclusão O artigo “A Handbook on Augmenting Deep Learning Through Symbolic Reasoning” representa uma tentativa ambiciosa de organizar e mapear o campo da IA neuro-simbólica. A integração simbólica-estatística é vista como uma abordagem promissora para superar limitações dos métodos de IA existentes, especialmente em termos de explicabilidade, eficiência de dados e robustez em situações de pouca informação. O trabalho fornece uma base sólida para que novos pesquisadores avancem na criação de arquiteturas capazes de integrar raciocínio lógico e aprendizado profundo, levando a uma próxima geração de sistemas de IA mais inteligentes, criativos e confiáveis, capazes de transformar mercados, moldar hábitos e criar novas oportunidades de inovação e criatividade. REFERÊNCIA:FELDSTEIN, Jonathan; DILKAS, Paulius; BELLE, Vaishak; TSAMOURA, Efthymia. A Handbook on Augmenting Deep Learning Through Symbolic Reasoning. Disponível em: https://arxiv.org/pdf/2410.22077. Acesso em: 02 out. 2024.
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Onde situar Delfim Netto no pensamento econômico?

É dificílimo o enquadramento do economista em alguma corrente, escreve Luiz Alberto Machado. Com o falecimento do professor Antônio Delfim Netto no dia 12 de agosto, recebi uma série de questionamentos sobre seu enquadramento na história do pensamento econômico, algo compreensível em tempos de polarização, quando as pessoas ficam sedentas de rótulos. A rigor, não é fácil enquadrá-lo numa determinada escola ou corrente de pensamento econômico, assim como não o é para qualquer personagem que, a exemplo de Delfim Netto, vestiu diferentes chapéus, entre os quais o de professor, pesquisador, secretário estadual, ministro em diferentes pastas, embaixador, consultor e deputado federal. Antes, porém, de me referir ao professor Delfim Netto e outros economistas brasileiros, gostaria de apresentar um breve panorama do pensamento econômico liberal. Referências sobre economistas liberais, quando feitas, costumam incluir Adam Smith, Thomas Malthus, David Ricardo e Jean-Baptiste Say entre os clássicos; às vezes John Stuart Mill e Alfred Marshall, entre os neoclássicos; e, entre os mais recentes, o monetarista Milton Friedman, da Escola de Chicago, e Friedrich Hayek, da Escola Austríaca. Neste artigo, vou focalizar quatro outros grandes economistas liberais que deram contribuições importantes para a evolução do pensamento econômico. São eles Ronald Coase, Gary Becker, James Buchanan e Douglass North. Coase foi determinante na análise dos direitos de propriedade para a estrutura institucional e o funcionamento da economia, dando especial ênfase aos custos de produção e às externalidades. As externalidades têm impactos negativos ou positivos que um determinado agente econômico sofre, decorrente das ações de outros agentes econômicos como as famílias, as empresas, os governos e o resto do mundo, que geram custos privados ou custos sociais, ou benefícios para outro agente econômico e para a sociedade. Becker, dotado de enorme dose de originalidade e criatividade, aplicou a teoria e métodos econômicos a diferentes áreas entre as quais o crime, a educação e os relacionamentos interpessoais, sempre na perspectiva liberal, ampliando consideravelmente o campo de atuação dos economistas. Buchanan, com a teoria da escolha pública, examinou a complexa relação entre a economia, o direito e a política, destacando os riscos decorrentes de déficits sistemáticos e propondo limites constitucionais à ação dos governos. North, por fim, mostrou a relevância das instituições para o desenvolvimento, chamando a atenção para os custos de transação presentes em qualquer operação do sistema econômico. Os quatro foram laureados com o Prêmio Nobel de Economia, evidenciando o caráter oportuno e atual do pensamento econômico liberal. Dirigindo agora o foco para o caso brasileiro e, num primeiro momento, especificamente para Delfim Netto, arrisco-me a fazer as seguintes considerações. Depois de ter sido secretário da Fazenda no Estado de São Paulo em 1966, assumiu o Ministério da Fazenda em 1967, em pleno regime militar, teoricamente para dar sequência à política adotada por Otávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos, responsáveis pela condução da economia no governo de Castello Branco. Tanto Bulhões como Roberto Campos são considerados economistas liberais, ainda que durante seus respectivos mandatos, o número de empresas estatais brasileiras tenha praticamente quadruplicado. Delfim Netto sempre nutriu simpatia pelo socialismo fabiano, uma corrente revisionista do socialismo marxista, que apoiava o sindicalismo, os atos fabris, a extensão do voto secreto, as cooperativas de trabalhadores, a regulamentação governamental da indústria, a legislação social e a nacionalização das indústrias básicas. Repudiando as doutrinas de lutas de classe e revolução, os fabianos trabalharam para introduzir reformas significativas, influenciando os líderes governamentais, formando alianças com grupos liberais e promovendo o Partido Trabalhista. Acreditavam que um eleitorado esclarecido, em nome da justiça social, socializaria lenta e pacificamente os meios básicos de produção, passando a administração das indústrias para agências municipais, regionais e nacionais. Em assuntos internacionais, os fabianos eram imperialistas e defenderam o governo britânico na Guerra dos Bôeres e na Primeira Guerra Mundial. Seus personagens mais influentes foram George Bernard Shaw, Sydney e Beatrice Webb, Graham Wallas e H. G. Wells. Na Universidade de São Paulo, Delfim Netto foi um dos principais responsáveis pela introdução dos métodos quantitativos, com ampla utilização da estatística e da econometria na análise econômica, e pela popularização das ideias do economista inglês John Maynard Keynes, considerado por muitos como o maior economista do século XX. A escola keynesiana, por sua vez, ocupa uma posição intermediária entre o liberalismo e o socialismo, acreditando ser necessária uma intervenção parcial do governo. Os principais pilares do keynesianismo foram assim sintetizados por Eduardo Giannetti [1]: 1º) Defesa da economia mista, com forte participação de empresas estatais na oferta de bens e serviços e a crescente regulamentação das atividades do setor privado por meio da intervenção governamental nos diversos mercados particulares da economia; 2º) Montagem e ampliação do Estado do Bem-Estar (Welfare State), garantindo transferências de renda extramercado para grupos específicos da sociedade (idosos, inválidos, crianças, pobres, desempregados etc.) e buscando promover alguma espécie de justiça distributiva; 3º) Política macroeconômica ativa de manipulação da demanda agregada, inspirada na teoria keynesiana e voltada,acima de tudo, para a manutenção do pleno emprego no curto prazo, mesmo que ao custo de alguma inflação. Portanto, com o chapéu de professor e pesquisador, Delfim Netto não pode ser considerado um economista liberal. Permanecendo no comando da economia brasileira até 1974 [2], foi chamado de “pai do milagre”, expressão referente ao acelerado crescimento da economia brasileira de 1968 a 1974. Ele contestava dizendo: “Nunca houve milagres. Milagre é efeito sem causa. É tolice imaginar que o Brasil cresceu durante 32 anos seguidos, começando na verdade em 1950, a 7,5% ao ano, por milagre”. O Brasil viveu de 1966 a 1979 o regime bipartidário, com apenas dois partidos, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), que era o partido do governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que era o partido da oposição e reunia, entre outros, economistas ligados à Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). Os analistas e jornalistas, na sua maioria, adotaram a divisão genérica entre os economistas do governo e da oposição respectivamente como monetaristas e estruturalistas. Sendo assim, com o chapéu de ministro do governo militar, Delfim Netto foi tachado de monetarista, o que, a meu juízo, não passa de uma grosseira simplificação. Como deputado federal, eleito sucessivas vezes pelo Partido Democrático Social (PDS) [3], sucessor da ARENA, agremiação que sempre se posicionou contra o Partido dos