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MENSAGEM DO PRESIDENTE DA PETROBRAS – DESEMPENHO DO 3 TRI 2020

A rápida resposta à recessão global está começando a dar resultados. Ela é sustentada pela aceleração da execução da estratégia, conduzida por uma maior integração das áreas corporativas e operacionais e dos esforços dedicados de times ágeis.

Apesar das restrições impostas pela pandemia e pelo ambiente incerto, nosso desempenho operacional e financeiro melhorou significativamente conforme demonstrado pelo aumento da produção de petróleo e gás natural e do fator de utilização de nossas refinarias e pela forte geração de caixa.

Nos primeiros nove meses do ano (9M20) nosso fluxo de caixa livre atingiu US$ 16,4 bilhões e o fluxo de caixa livre para os acionistas US$ 6,8 bilhões. O forte desempenho permitiu reduzir nossa dívida bruta de US$ 87,1 bilhões, em 30 de dezembro de 2019, para US$ 79,6 bilhões, em 30 de setembro de 2020. Este valor está abaixo da nossa meta anterior de manutenção do mesmo nível de dívida do último ano, dado o cenário hostil.

Nos últimos 21 meses conseguimos reduzir US$ 31,3 bilhões de dívida – cerca de US$ 1,5 bilhão por mês – um fator chave para nossa companhia, uma vez que contribui para a redução do risco de nosso balanço, para o fortalecimento de nossa resiliência à volatilidade do fluxo de caixa e para liberarmos recursos para investirmos em nossos ativos de classe mundial.

Nosso caixa ajustado foi reduzido para US$ 13,4 bilhões no 3T20. Ainda há espaço para reduções adicionais tendo em vista a disponibilidade de mais de US$ 8 bilhões em linhas de crédito compromissadas e a importância da alocação eficiente de capital.

A produção do pré-sal aumentou 32% nos 9M20 em relação aos 9M19, representando 70% da nossa produção de petróleo no Brasil. Nossos três melhores poços de Búzios produziram mais óleo do que todos os nossos campos de águas rasas e terrestres de E&P no Brasil em setembro (164 Mbpd contra 123 Mbpd).

Aprovamos a aquisição da P-71 do consórcio Tupi para ser utilizada no campo de Itapu (100% Petrobras). Esta aquisição nos permitirá antecipar o primeiro óleo deste campo em 1 ano, com uma importante contribuição para o aumento da produção do pré-sal. A

Petrobras e seus parceiros no BMS-11, antigos proprietários da P-71, concordaram em estabelecer um plano de desenvolvimento atualizado para Tupi, que irá buscar melhorar o fator de recuperação do campo com maior eficiência de capital.

Nossos custos de extração caíram de US$ 7,9/boe, no 3T19, para US$ 4,5/boe no 3T20. Aproximadamente 60% do declínio ocorreu devido à redução de custos, ganhos de eficiência, incremento da produção e gestão ativa de portfólio, enquanto o restante foi ocasionado pela depreciação do real em relação ao dólar. No pré-sal, nosso custo de extração foi de US$ 2,3/boe no 3T20, o que sugere seu baixo breakeven.

Além de sua excelente performance, a exploração do pré-sal – uma combinação de recursos naturais, trabalho dos nossos engenheiros, geólogos e técnicos, os melhores em suas profissões, e tecnologia avançada – contribui para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Neste trimestre, comemoramos uma grande conquista de nossa área de E&P. O campo de Tupi, um ativo de classe mundial e ainda nosso maior campo de petróleo, alcançou a impressionante marca de dois bilhões de barris de óleo e gás produzidos desde seu primeiro óleo.

Como anunciado anteriormente, submetemos nosso portfólio de projetos a um teste de stress. Dada a escassez de capital e a necessidade de reduzir nossa dívida para US$ 60 bilhões, os projetos devem competir por recursos.

Apenas aqueles resilientes a um preço médio de US$ 35/boe foram aprovados.
Como consequência, nossos números de Capex para os próximos anos serão menores. Nosso objetivo é maximizar valor, não maximizar produção.

A maior integração entre transporte, gestão de estoques, marketing e vendas, permitiu maiores níveis de utilização de capacidade de nossas refinarias, acima de 80%, simultaneamente com menores estoques de petróleo e combustíveis.

A otimização da gestão de estoques, com a ajuda da transformação digital, faz parte de nossas iniciativas para reduzir custos e melhorar a alocação de capital, porque acreditamos que há muito valor a ser destravado.

A produção e a venda de diesel S-10, com baixo teor de enxofre, estão crescendo de forma consistente com o nosso foco na utilização de tecnologia para lançamento de combustíveis mais amigáveis ao meio ambiente.

Nosso diesel renovável, à base de óleo vegetal hidrotratado, e nossa tecnologia proprietária HBIO, está aguardando autorização das autoridades brasileiras. É superior ao biodiesel atualmente consumido no Brasil, tanto em termos de emissões de GEE quanto de desempenho de motores dos veículos.

Junto com nossos parceiros, Shell, Galp e Repsol, assinamos acordos envolvendo o sistema integrado de transporte e o sistema integrado de processamento relacionado com os gasodutos submarinos que ligam os campos do pré-sal a plantas de processamento de gás na costa do Rio de Janeiro (Cabiúnas e Itaboraí) e São Paulo (Caraguatatuba). Esta integração adiciona flexibilidade e produtividade. Com certeza, é um verdadeiro
marco para a abertura do mercado de gás natural do brasil para a livre concorrência.
Para apoiar a transformação digital, inauguramos este mês um centro de excelência de inteligência artificial e analytics.

Segurança operacional é prioridade para a Petrobras. TAR, a taxa de acidentes registráveis por milhão de homem-hora, continua em tendência de baixa, alcançando 0,60 no 9M20, uma referência para a indústria global de óleo.

O programa de desinvestimentos teve sua velocidade afetada pela pandemia do COVID-19, gerando apenas US$ 1,0 bilhão de entrada de caixa nos 9M20. No entanto, o programa permanece vivo e muito ativo. Há 10 operações assinadas a serem fechadas, 32 projetos em fase vinculante e 7 ativos na fase inicial do processo de desinvestimentos.

Para melhorar a governança de nossa agenda ESG e para direcionar nosso foco, estamos criando um departamento de mudanças climáticas. Este reportará ao diretor executivo de relações institucionais e sustentabilidade, que já tem entre suas atribuições os departamentos de responsabilidade social e saúde e segurança.

Aprovamos uma alteração em nossa política de dividendos, com o objetivo de trazer mais flexibilidade ao dar à companhia a opção de distribuir dividendos mesmo com prejuízo contábil em um determinado ano, desde que a dívida líquida tenha diminuído nos últimos doze meses, sendo essa distribuição limitada ao valor dessa redução.

Estamos muito orgulhosos da nossa equipe e felizes com o desempenho da empresa em tempos difíceis para a indústria de óleo e gás e para a economia global. No entanto, gostaria de observar que a complacência pode ser o principal inimigo de uma empresa.
Às vezes, as empresas reagem a recessões, melhoram e depois tornam-se complacentes com os custos e a eficiência. Como resultado, ficam mais vulneráveis do que no período anterior à recessão.

Podemos ter ganhado apenas uma batalha, mas ainda há muitos desafios difíceis à frente. Devemos permanecer no mesmo caminho, acelerando a execução da estratégia com o objetivo de sermos sempre os melhores.

Roberto Castello Branco
Presidente

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