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A Evolução da Gestão Estratégica de custo de acordo com as revoluções industriais

O mundo evoluiu e com isto as máquinas foram aos pouco substituindo a mão-de-obra, desde a da revolução industrial que foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII, XIX e que trouxe a substituição do trabalho artesanal a utilização das máquinas.

Ao nosso tempo, estamos presenciando a chegada da Industria 4.0 que tem como premissa em utilizar o que existe mais de moderno na produção de bens de consumo como as tecnologias de Big Data, Internet das coisas, inteligência artificial e assim vai…..

Impulsionado aos avanços das tecnologias o Controller Gerencial também deve atualizar-se em cumprir com a sua missão de prover os Gerentes com informações úteis a tomada de decisão na GESTÃO EMPRESARIAL DO PROCESSO FABRIL.

Se a Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, reportar e analisar informações sobre os eventos econômicos das empresas, visando auxiliar os gerentes nas tomadas de decisões, também os modelos contábeis encontra-se processo de crítica e evolução.

Por isto, A Contabilidade também é uma ciência em plena evolução que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade. … Apesar de no geral ser considerada uma ciência social, assim como economia e administração, algumas vezes ela é chamada técnica ou arte.


Na primeira e na segunda revolução industrial o modelo de gestão gestão empresarial tinha a forte participação da mão-de-obra direta e insumos no processo de fabricação com pouquíssima automação industrial.

Prevalecia um modelo de trabalho artesanal e pouca representatividade dos CUSTOS FIXOS no processo de fabricação, tais como: Salários dos gerentes e supervisores dos processos e pouca depreciação decorrente dos baixos investimentos em máquinas e equipamentos.

As empresas competiam, principalmente com base nos controles dos custos de acordo com o modelo FORD de gestão a e partir dos anos dos anos 80 as empresas passaram a competir com base na qualidade e na flexibilidade (*), com a invasão dos produtos do Japão e da China invadiram os Estados Unidos da América com qualidade compatível a preços menores, as grandes empresas tiveram que rever seus conceitos de custeamento em procurar entender o que realmente o cliente deseja a escolher um determinado produto.


A FUNÇÃO DO CONTROLLER INDUSTRIAL: A função principal do Controller Gerencial é fornecer informações gerenciais do processo fabril, na utilização dos melhores métodos de custeio para auxiliar a ADMINISTRAÇÃO nas tomadas de decisões, conforme ilustração abaixo:


O PROCESSO DE CUSTEAMENTO DOS PRODUTOS: Se o produto de uma empresa é o seu principal negócio, o processo de custeamento também se torna. Por isto dominar os conceitos da  CONTABILIDADE DE CUSTO é fundamental para Controller Gerencial.

O custeamento de um produto é o processo de identificar o custo unitário de um produto ou serviços de uma empresa, sendo fundamental para a formação do preço de venda; além do volume a ser produzido e vendido para a geração do lucro e remunerar adequadamente os provedores de capital (acionistas e bancos).

A exigência passou a ser ainda maior; pois as empresa optaram a buscar recursos na BOLSAS DE VALOR e os acionistas liquidam ou vendem ações de empresas que atuam abaixo da linha do mercado.

Diversos modelos de custeamento dos produtos podem ser utilizados e todos possuem suas respectivas contribuições e seus fatores críticos; sendo fundamental o Controller industrial conhecer profundamente tais modelos para sua aplicabilidade, visando auxiliar os gerentes na gestão empresarial.


OS ATUAIS MÉTODOS DE CUSTEIO PARA FORMAÇÃO DO CUSTO DO PRODUTO:


ANÁLISE DOS ATUAIS MÉTODOS DE CUSTEAMENTO DOS PRODUTOS EXISTENTES:

  1. Teoria das restrições: O modelo da teoria por restrição, trata como custos diretos e variáveis, somente a matéria prima e os materiais diretos como custos, devido a sua facilidade de apropriação ao custo.

A mão-de-obra direta, não é considerada, pois mesmo em períodos de baixa produção a tendência é da manutenção do gasto, podendo ser entendido neste modelo como um CUSTO FIXO


2) O custeio por absorção: O custeio por absorção teve sua contribuição na primeira e segunda revolução industrial, e atendeu perfeitamente em registrar GESTÃO INDUSTRIAL nas elaborações dos relatórios gerenciais; pois os custos diretos de fabricação representava a maior participação na composição do custo total unitário para definição do preço de venda dos produtos.

Os custos fixos decorrente do pouco investimento em maquinário tinha pouca participação, podendo ser adotado critério de rateios dos CUSTOS FIXOS aos produtos fabricados.

Verifique no quadro abaixo, que os custos fixos são considerados em conjunto com os custos variáveis na definição do CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO.

O custeio por absorção, amplamente utilizado passou a ser objeto de crítica, pois em sua metodologia ele “absorve” todos os gastos do processo produtivo ao produto produzido, e pelo critério de “rateio” os custos fixo passam a fazer parte do CUSTO DO PRODUTO PRODUZIDO, prejudicando em muito o critério da formação do preço de venda de um determinado produto.

Você poderia imaginar o que acontece em períodos de baixa produção, devido a queda de vendas no mercado? Simplesmente os CUSTOS FIXOS são rateados a um menor volume de produção e com isto o CUSTO UNITÁRIO DO PERÍODO aumenta…correto?

Algumas empresa que sentiram o “gosto do sucesso” e promoveram altos investimentos nos CUSTOS FIXOS, e muitas das vezes, sem que o mesmo traga a contribuição esperada no incremento da produtividade ou elevação da participação no mercado.

Em nossas consultorias ao longo do tempo. Os proprietários sempre nos indagam?:

  1. Porque nossas margens estão se reduzindo?
  2. O atual modelo de custo da empresa está errado?
  3. Porque o sistema operacional ERP não funciona?
  4. E assim, vai……..

Podemos entender que não existe falha na metodologia do CUSTEIO por ABSORÇÃO, o modelo simples e direto, em que TODOS OS ESFORÇOS ligados ao PROCESSO PRODUTIVO devem fazer parte do CUSTO DE PRODUÇÃO ao seu regime de competência, isto é Lei de acordo com a Legislação 6.404/76  e deve permanecer no ESTOQUE até o momento da sua transferência de posse a terceiros pela realização da VENDA.

A partir da forte elevação do CUSTO DE PRODUÇÃO decorrente da elevação dos CUSTOS FIXOS, diversos modelos surgiram no objetivo de contribuir na GESTÃO EMPRESARIAL. O modelo precursor foi o CUSTEIO VARIÁVEL, que não é aceito pela LEGISLAÇÃO CONTÁBIL, mas traz consigo suas contribuições.


3) O custeio variável: A partir da terceira revolução industrial a tecnologia passou a ter um papel fundamental no processo produtivo, com forte redução nos custos da redução da mão-de-obra e elevação nos custos de gerenciamento das atividades, provocando a elevação dos custos da mão-de-obra indireta devido a contratação de gerentes e supervisores de maior capacitação técnica na utilização da tecnologia. Também ocorreu o  aumento das taxas da depreciação; pois o alto custo dos equipamentos passaram a ter um peso significativo para atender o modismo da época.

A proposta do CUSTEIO VARIÁVEL: Como alternativa complementar surge o CUSTEIO VARIÁVEL e  numa metodologia diferente do CUSTEIO POR ABSORÇÃO; pois leva para si somente os custos que oscilam de acordo com o volume produzido, ou seja, aqueles que compõe efetivamente a característica técnica do produto produzido, por ter forte relação entre si.

Os custos fixos são tratados a parte; e não fazem parte da formação do CUSTO TOTAL DA PRODUÇÃO e por consequência também não fazem da formação primária do preço de venda do produto, reduzindo assim os itens que compõe a FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA.

Mas a pergunta que fica: O que se faz com os CUSTOS FIXOS DE PRODUÇÃO?

Resposta: São tratados como despesa, e a partir dai se calcula o volume necessário de produção e de venda de um determinado produto para que estes produtos produzidos e vendidos “paguem” os CUSTOS FIXOS e também as DESPESAS OPERACIONAIS, surgindo novos conceitos que se denominam de:

  1. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO;
  2. PONTO DE EQUILÍBRIO; e
  3. ALAVANCAGEM OPERACIONAL.

Muito simples o entendimento, e você vai se surpreender com a metodologia e também na utilidade para a GESTÃO EMPRESARIAL, mas vamos por parte e primeiramente vamos definir os 03 conceitos apresentados anteriormente:

a) Margem de contribuição: Representa o lucro variável, ou seja, a diferença entre o PREÇO DE VENDA e os CUSTOS VARIÁVEIS de um determinado produto, representa o lucro variável unitário que irá contribuir para pagar os CUSTOS FIXOS e DESPESAS OPERACIONAIS.

b) Ponto de equilíbrio: Evidência em termos quantitativos o quanto de volume precisa produzir e vender para que a empresa consiga pagar TODOS os CUSTOS FIXOS e DESPESAS OPERACIONAIS.

c) Alavancagem Operacional: Representa o ponto no nível ótimo de produção e vendas de quando o PONTO DE EQUILÍBRIO já foi atingido e a partir daí; toda unidade produzida e vendida acima do PONTO DE EQUILÍBRIO a MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO transforma-se em lucro 100% direto.

O conceito da relação de custo/volume e lucro permite a implementação de uma gestão dos controles dos custos em relação ao volume necessário a ser produzido e vendido para que a empresa venha atingir o lucro almejado.

Mas se os custos fixos são elevados e tratados a parte, como devemos avaliá-los?

Como os custos fixos e despesas são tratados a parte em não e faz parte do custo dos produto, nas décadas dos anos 80 surgiu o custeio ABC como uma proposta de analisar com critério a composição dos “gastos gerais de fabricação” e das despesas operacionais antes do direcionamento ou alocação destes valores ao custo total dos produtos.


4) O custeio ABC: A metodologia captura com efetividade os valores compostos nos chamados “gastos gerais de fabricação”; no desmembramento do conceito que os recursos são consumidos por atividades´, e as atividades relacionadas aos produtos através dos direcionadores de custos ou objetos de custos.

A base estrutural do custeio ABC encontra-se em identificar as atividades desempenhadas na empresa, visando identificar as que agregam valor e que possuem relação direta com o produto no sentido de potencializá-las e as que não agregam valor e que não possuem relação direta com o produto no sentido de eliminá-las.


NOSSA CONCLUSÃO FINAL: Assim, avaliar e compreender os atuais métodos de custeamento dos produtos é função inerente ao Controller Gerencial, visando contribuir com os demais gerentes nas tomadas de decisões.

Se por um lado o custeio por absorção sofreu pela elevação dos CUSTOS FIXOS e a crítica ao modelo de rateio proporcional aos produtos; o custeio variável despreza os CUSTOS FIXOS e considera tais gastos como despesa em busca do PONTO DE EQUILÍBRIO; surge então o custeio ABC em que avalia além das despesas variáveis considerada no custeio variável, também dos custos fixos do custeio por absorção e indo um passo além em considerar também as despesas operacionais (administrativas e comerciais) na formação integral do custo de um produto, na premissa de avaliar as atividades que agregam valor no sentido de potencializar investimentos, e as atividades que não agregam valor no sentido de eliminá-las.

No estágio atual da revolução 4.0, talvez a melhor proposta é a utilização conjunta dos 03 modelos, do custeio por absorção ao seu conservadorismo em considerar todos os esforços para a formação do custo; a do custeio variável em avaliar o ponto de equilíbrio para definir o volume a ser produzido e vendo para atingir no mínimo o lucro zero e o custeio ABC em ligar todos os gastos ao produto e segregando as atividades que não agregam valor para eliminá-las do processo.

Vide em nosso site os papers dos diversos modelos da Gestão Estratégica de Custos e desejamos a você um bom estudo.

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prof. Alexandre Wander

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