Muitas empresas da atualidade buscam a eficiência operacional otimizando seus processos visando redução de custos. No entanto, na maioria das vezes, estes programas não são eficazes; começam de forma positiva gerando resultados parciais com uma visão de sucesso que oculta vários fatores importantes; que em curto prazo retornam à situação de ineficiência. As medições mostram um efeito ‘dente de serra’, que é vivenciado em muitas empresas que buscam esta eficácia operacional.
Mas porque isso acontece? Na verdade estas empresas buscam implementar programas de melhoria isolados em seus processos sem o envolvimento de toda a organização e sem mudar a sua cultura, isto e´, “o DNA da empresa”, por isso as mudanças não são efetivas. Para conquistar esta efetividade é preciso que a empresa como um todo, mude a sua forma de pensar, que tenha um “Lean thinking“ (Pensamento Enxuto).
Uma organização que pensa “Lean” conhece os requisitos do seu cliente e foca seus processos para criar valor a este cliente buscando sempre excelência na qualidade dos seus produtos, baixo nível de desperdícios e alto nível de utilização dos recursos disponíveis; como máquinas, mão de obra, matéria prima e tempo. Tudo isso sempre com foco em atender os objetivos do negócio, maximizando seus lucros, provendo retorno aos acionistas e assim longevidade ao negócio.
Para se alcançar este objetivo, a transformação precisa começar pelo topo da pirâmide, isto é: pela mudança da cultura dos gestores da empresa, em seguida para todos os colaboradores. O pensamento “Lean” muda o pensamento dos gestores para otimizar as tecnologias, ativos, processos produtivos e departamentais, analisando e otimizando todo o fluxo da cadeia de processo do recebimento do pedido a entrega do produto ao cliente.
O processo de eliminar o desperdício precisa ser implementado em toda a sua cadeia produtiva, ao invés de focar em pontos isolados, com isso se criam processos mais eficientes; com mão de obra otimizada; usando menos espaço; reduzindo o tempo para produzir o produto; além de desenvolvê-lo com mais qualidade e menor custo.
Com a implementação do Lean, as empresas conseguem reagir rapidamente às variações de demandas do cliente, garantindo a qualidade, baixo custo e em tempo adequado para a entrega. Com a manufatura mais simplificada, as informações da gestão ficam mais simples, claras e precisas para a tomada de decisão.
O conceito que a aplicação do Lean é apropriado somente para as indústria manufatureiras, não está correto. Lean pode ser aplicado a qualquer negócio e a quaisquer processos, inclusive administrativos, onde muitas vezes o ganho na burocracia é até muito maior, por não ser visível comparado com os processos de manufatura.
É importante entender que Lean não se trata um programa tático de redução de custos, mas sim de uma mudança cultural de uma empresa, envolvendo todos os indivíduos da organização na sua forma de pensar e de agir.
A empresa ao passar por esse processo, precisa sofrer uma transformação não somente procedimental, mas também conceitual. A palavra Lean (manufatura enxuta) significa uma mudança de pensamento de uma maneira antiga, muitas vezes obsoleta, que em algum momento pôde ter sido exemplar, porém que nos dias atuais requer uma atualização. É necessária uma completa mudança de como a empresa conduz o seu negócio. Esta jornada requer treinamento para todos os níveis, dedicação, disciplina, tempo e perseverança pela busca da mudança cultural.
Material preparado por: Manoel Jose Collaço
Consultor parceiro da Ge.company especialista em maximizar a produtividade do processo fabril, com mais de 20 anos desenvolvendo produtos e processos em multinacionais da indústria automotiva, autopeças e outros otimizando aplicando a ferramenta Lean, otimizando processos e provendo redução de custos para atingir os objetivos organizacionais em grandes empresas no Brasil, Estados Unidos e China.
Referências: TBM Consulting, Lean institute, outras literaturas Lean