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Natura: Resultados do 1T18: Bom início de ano para a The Body Shop

Nota: No início do ano projetamos o valor da ação a R$ 40,00 aos nossos alunos do curso de AVALIAÇÃO DE EMPRESAS e a BOVESPA está quase lá. (isto é análise fundamentalista) Abaixo comentários da Natura: Resultados do 1T18: Mais um trimestre de crescimento sólido em receita e rentabilidade em todo o grupo; Bom início de ano para a The Body Shop Crescimento de dois dígitos na receita líquida consolidada R$ 2.687,6 milhões, +55,5% sobre o 1T17, incluindo três meses de receita da The Body Shop em 2018. Na análise pró-forma1, o crescimento consolidado foi de 11,0%2 em BRL. Natura: a receita da Natura cresceu 6,7%3 sobre o 1T17. No Brasil, o crescimento foi de 0,8%, Em bases comparáveis, a receita líquida cresceu 3.0% vs. o 1T17, ajustada pelos efeitos de calendário. A Latam manteve o forte ritmo de expansão, crescendo 23,1%. Ainda no Brasil, recuperamos a liderança no mercado CFT em 2017, de acordo com a Euromonitor. Aesop: forte crescimento de receita, de 30,8%3 , com vendas mesmas lojas (últimos 12 meses) 18,0% superiores no canal de lojas exclusivas. The Body Shop: receita de R$ 807,3 milhões no 1T18, um crescimento pró-forma de 8,5%3,  com forte desempenho na EMEA e na APAC. O calendário comercial favorável foi responsável por metade desse crescimento, que também foi impulsionado por boas vendas nas franquias e nas lojas próprias, e pelo crescimento de dois dígitos no e-commerce. Forte aumento de dois dígitos no EBITDA comparável, com crescimento em todos os negócios O EBITDA consolidado reportado foi de R$ 318,9 milhões, contra R$ 364,6 milhões no 1T17. Em bases comparáveis e pró-forma, excluindo a reversão da provisão de PIS/COFINS, o aumento foi de 58,4% em BRL. Natura: EBITDA de R$ 250,6 milhões, +23,8%3 sobre o 1T17, com uma significativa melhora na margem EBITDA em bases comparáveis. Aesop: EBITDA de R$ 27,0 milhões, +118,4%3 sobre o 1T17, com expansão de 5,0 pp na margem. The Body Shop: No 1T18, o EBITDA foi de R$ 57,1 milhões, comparado a um EBITDA negativo de R$ 11,1 milhões no 1T17. É o melhor primeiro trimestre da TBS desde 2010. Lucro líquido consolidado (reportado) de R$ 24,4 milhões no trimestre, vs. R$189,0 milhões no 1T17. Em bases comparáveis e pró-forma, o lucro líquido do 1T18 foi de R$ 88,2 milhões, contra prejuízo de R$ 1,3 milhão no 1T17, em linha com nossas expectativas para o período. Endividamento abaixo do projetado; consumo de caixa devido a sazonalidade e efeitos da TBS Devido a efeitos sazonais, o endividamento líquido fechou o trimestre em 3,3 vezes o EBITDA, abaixo de nossas projeções. No período, foi observado consumo de caixa de R$ 351,0 milhões, devido à sazonalidade na TBS, despesas financeiras relacionadas à sua aquisição e maior necessidade de capital de giro para levar adiante o plano operacional da Natura. Avanços significativos em sustentabilidade As emissões de carbono da Natura ficaram abaixo do previsto no trimestre, devido a um mix mais favorável de categorias e a maior eficiência no ciclo do pedido. A TBS já reuniu aproximadamente 5,8 milhões de assinaturas na campanha global Forever Against Animal Testing, chegando perto da meta de 8 milhões para 2018. Fonte das informações: Relatório trimestral da NATURA e tendo interesse acesse relatório completo da Natura 622335 Acesse o site da empresa http://natu.infoinvest.com.br/central-de-resultados.asp?idioma=ptb#2018 Prof. Alexandre Wander Acesse análise fundamentalista da NATURA desde 2008 até 3tri2018 Natura: Análise fundamentalista de 2009 até 2021  

Gestão baseada em valor: Uma reflexão sobre investimentos e custo do capital

Um pensamento básico e´que todo investidor deseja apurar um retorno que remunere, pelo menos, seu custo de oportunidade. Assim sendo o acionista mostra-se satisfeito em manter seu capital investido na empresa, desde que ela ofereça um retorno igual a uma taxa de juro livre de risco mais uma remuneração adicional mínima do assumido, que denomina-se spread do acionista, definindo- se assim a TMA (Taxa mínima de atratividade) do acionista. Toda vez que o retorno da empresa (ROI) superar a taxa minima de atratividade do acionista (TMA), ocorre uma valorização do capital investido – agregação de valor econômico ou do EVA (ECONOMIC VALUE ADDED) – o que refle no preço de mercado das ações. Dessa maneira, as taxas de retorno devem ser avaliadas a partir de um confronto com o custo do capital empregado com o retorno efetivo de um projeto de investimento (TIR) – taxa interna de retorno. Para a administração da empresa, a criação de valor constitui-se em referência na tomada de decisões, e a maximização do valor do capital investido, traduz com um dos principais objetivo de uma empresa (maximizar a riqueza de seus acionistas). Desta maneira a gestão baseada em  valor (GBV) deve promover, ainda, um entendimento  claro das variáveis que podem conduzir à criação de valor do negócio, definidas como direcionadores de valor. Assim quando a  administração da empresa atua com seu pensamento direcionado aos indicadores de valor, tais como: Rentabilidade dos investimentos, custo do capital, taxa de crescimento e taxa de reinvestimento, podem conduzir pausadamente a empresa a sustentabilidade operacional e financeira. A empresa como um todo deve estar comprometida com esses direcionadores de valor, estabelecendo resultados que levem à maximização da riqueza de seus proprietários. Esse envolvimento essencial com a criação de valor ocorre quando em diferentes níveis, conforme resumido do proposto por diversos autores de nível internacional. Indicadores de nível estratégico: desenvolvimento de estratégias voltadas à definição de novos negócios e oportunidade de investimentos, sinergia, fusões e aquisições, crescimento em escala, etc. Gestão e desempenho: Fixação de metas de desempenho baseadas em direcionadores de valor selecionados e formulados de um plano de ações destacando as  atividades que a empresa deverá priorizar para a criação de valor. Avaliação de desempenho: Visa acompanhar , de maneira contínua, a gestão e o desempenho de metas estabelecidas. A avaliação de desempenho deve incentivar o comprometimento de toda a empresa com metas fixadas e o objetivo de criação de valor. O processo de criação de valor não é único, aplicado diretamente a todas as empresas. Em verdade, ele deve ser ajustado a diferentes situações, cada organização deve planejar e executar seus processos com base em seus recursos disponíveis, cultura e aspirações. Em resumo, a Gestão baseada em valor tem como objetivo criar riqueza aos acionistas, produzindo um retorno que supere o custo de oportunidade do capital próprio. O valor de cada empresa depende do potencial intrínseco em promover esse retorno em excesso, que supere o custo do capital. A partir desta conclusão, uma empresa pode ser entendida como uma unidade econômica geradora e distribuidora de benefícios econômicos de caixa. Seu objetivo é o de oferecer aos acionistas uma remuneração maior que a taxa minima de retorno exigida. COPELAND, T. et. al. Avaliação de empresa, 3. ed. São Paulo, Makron Books, 2001 ASSAF, Alexandre – Finanças Corporativas e valor – atlas – 2010.  

Natura: Análise fundamentalista de 2009 até 2021

A Natura é a maior empresa brasileira do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos desde a produção até a venda direta desses produtos. Além da liderança no setor, a companhia se destaca pela inovação e pelos padrões de governança, que associam crescimento econômico à produção do bem estar social e ambiental. A empresa tem sede em Cajamar, no estado de São Paulo, e atualmente atua em 7 países, com forte presença na América Latina. Uma marca 100% brasileira que nasceu da paixão pela cosmética e pelas relações. Estamos presentes em sete países da América Latina e na França, e somos a indústria líder no mercado brasileiro de cosméticos, fragrâncias, higiene pessoal e venda direta. Em 2018 a empresa anunciou na quinta-feira (7) que concluiu a compra da marca britânica de cosméticos The Body Shop, em um negócio estimado em € 1 bilhão, em 2020 adquire a marca AVON americana com mais de 130 anos de existência pelo valor de U$ 2 bilhões de dólares e se torna a QUARTA MAIOR EMPRESA DE BELEZA do MUNDO. https://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/natura-conclui-a-aquisicao-da-the-body-shop.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/03/natura-conclui-compra-da-avon-e-cria-4a-maior-empresa-de-beleza-do-mundo.ghtml Nota: Neste trabalho estritamente acadêmico, procuramos a partir dos demonstrativos financeiros publicados pela empresa aos órgãos regulamentadores do mercado de capitais (CVM) em efetuar uma análise fundamentalista utilizando indicadores da gestão financeira e econômica; no sentido de testar a aplicabilidade dos indicadores de finanças amplamente difundidos por autores de renomes nacionais e mundiais na análise do desempenho empresarial; permitindo assim, julgamentos sobre o aspecto estritamente financeira e que agregado ao planejamento estratégico poderá contribuir para análise em diversos sentidos.   Considerando o cálculo do VALOR da ação através da metodologia do EVA chegamos num valor de R$ 24,34 semelhante ao VALOR da ação da BOVESPA de R$ 25,43. Um bom estudo Prof. Alexandre Wander

SERÁ QUE O EBITDA é tudo isto o que dizem?

Vamos iniciar nossa reflexão neste texto sobre o EBITDA Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, que significa “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização“, em português. A utilização deste “indicador financeiro” tem como principal benefício em indicar o resultado operacional de uma empresa se assemelhando ao FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL; pois adiciona ao resultado operacional as despesas que não representam uma saída efetiva de caixa por se tratarem um valor estritamente contábil, tais como a depreciação e amortização no objetivo de apresentar aos investidores o real valor de geração de caixa operacional de uma empresa. Assim, se uma empresa gerou um resultado operacional de R$ 100,00 ao adicionar a depreciação e amortização no valor de R$ 10,00 o EBITDA passa a ser de R$ 110,00 e o resultado na visão do EBITDA passa a ter um acréscimo percentual de 10%. Observe, que visualizamos o resultado operacional da empresa antes dos resultados financeiros e impostos decorrente de sua operação (IRPJ e a CONTRIBUIÇÃO SOCIAL), numa alíquota média marginal de 34%, incidente sobre o lucro líquido da empresa. A contabilidade em seus princípios do conservadorismo defini a depreciação como o custo de obsolescência dos ativos imobilizados tais como: máquinas, equipamentos, veículos, móveis, etc; ou seja, uma reserva financeira do lucro que será destinada a reposição (compra) referente aos desgastes dos bens da empresa. Ao retornarmos o valor da depreciação ao lucro operacional contábil estamos construindo uma falsa visão financeira de valor ao acionista; pois ao longo do tempo a empresa irá necessitar de recursos financeiros para a reposição dos desgastes decorrente dos ativos operacionais, e corremos o risco de iludirmos os investidores, num possível descolamento do recurso da depreciação da sua origem principal em investimentos diferenciados; ou até mesmo, em promover uma ilusória distribuição de capital (dividendos), induzindo a empresa no futuro próximo na necessidade de captar recursos onerosos para reposição dos desgastes dos equipamentos. Um outro ponto de reflexão; é que o EBITDA por ser um indicador do resultado operacional tem a sua correlação com a lucratividade de uma empresa; relacionando-se a Receita Bruta ou a Receita líquida não levando em conta os investimentos que foram necessários para gerar este lucro operacional. Exemplo: Numa receita liquida de R$ 1.000,00 e um Lucro operacional adicionado a depreciação e amortização geramos um EBITDA de R$ 110,00 e divulgamos uma margem EBTIDA de 11%; mas se a empresa necessitou de efetuar um Investimento (no seu capital de giro + imobilizado) no valor de R$ 2.000,00 temos um rentabilidade de apenas 5,5%. E neste exemplo, se a empresa efetuou uma captação do mercado a uma taxa de 10% ao ano, a alavancagem financeira será NEGATIVA. Temos observado que alguns colegas de profissão utilizam o EBTIDA para definir o valor de uma empresa; em seus conceitos da aplicabilidade dos “múltiplos EBITDA”,  e numa visão de que quando o mercado encontra-se em plena produção o múltiplo pode ser 10, e em situações de recessão da economia se reduz a 7, podendo chegar a 5. Assim o valor de uma empresa na utilização do múltiplo 10, resulta em R$ 1.100,00 numa geração de EBTIDA de R$ 110,00. A nossa reflexão, conforme artigos apresentados por estudiosos no assunto de avaliação é que a semelhança de uma empresa não é decorrente do produto em que ela vende ou da sua margem operacional atrelada a um fator múltiplo; mas sim ao seu fator de risco (o beta) decorrente da sua estrutura de capital, sua taxa de sua potencialidade de geração de caixa operacional, sua taxa de crescimento e sua disciplina financeira no seu índice de distribuição de dividendos (payout). Ao avaliarmos o índice payout numa visão crítica ele simplesmente captura todos os demais indicadores anteriormente relacionados e numa visão crítica podemos iniciar um processo mais seguro e transparente de avaliação de uma empresa em que o modelo de Gordon; como um dos precursores ao processo de avaliação defendeu a tese do DDM (dividend discount model). Como o EBITDA considera o resultado de uma empresa antes da depreciação, amortização e do resultado financeiro e dos impostos dos ativos operacionais, é comum na ansiedade da condução dos negócios os empreendedores esquecerem momentaneamente a estrutura de capital de uma empresa (principalmente os passivos onerosos) e também a necessidade de reinvestimento dos desgastes dos ativos operacionais e os riscos associados na reposição destes investimentos. Não desmerecendo o tal famoso EBITDA; mas de apenas em refletirmos os seus riscos e benefícios na utilização deste indicador da gestão empresarial. Um bom estudo e reflexão e críticas ou contribuições nos encaminhe um e-mail: awander@gecompany.com.br Gostou? faça um curso de Avaliação de Empresas; mais informações acesse o link abaixo e conheça a grade de nossos cursos: http://www.gecompany.com.br/portal/nossos-cursos/ Prof. Alexandre Wander